sexta-feira, 24 de março de 2006

Pirambeira abaixo


Tem dias que eu acordo assim, do avesso.

Qualquer som, tom, cor, gesto, feição ou palavra mais desavisada e crua, me pega. Me pega como se toda a extensão do meu corpo estivesse em carne viva. E dói.

E eu fico a mais fragilzinha das criaturas on earth. Insuportavelmente fragilzinha pra mim, especificamente. Uma moça capricorniana, acertiva, 99% do tempo entusiasmada, bem humorada e referência de estrutura pra um mooonte de gente (o que aliás, eu acho um saco!).
Mas eis que deu-se e pronto: passei o dia assim, cálice frágil de conteúdo pra lá de líquido e inflamável.

E como é que se guarda coisa que quebra assim e derrama?

Plástico bolha, papel de seda, caixa com indicação “este lado pra cima”???

Nada disso. Porque imagine que você tivesse caído numa pirambeira e se ralado (comigo foi norte, sul, leste e oeste!), digamos, só os dois joelhos, bem direitinho...se alguém ameaçasse botar a mão ali, no seu joelhinho feridinho, você faria o quê?

Eu contratava logo um leão de chácara “israeli”, mestre em 250 artes marciais, pra me carregar no colo, manter toda e qualquer criatura ameaçadora a uma distância segura. Sem a menor chance desse colo ter a conotação afetuosa da coisa...

E o pior é o resultado disso tudo: imagine uma besta fera, minha filha, e você terá grandes probabilidades de me encontrar como primeira referência numa pesquisinha do Google.

O lado bom?

Aah, que acabou o dia e eu não mordi nin-guém!

hum...Bom pra quem, né mesmo?