terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Antena Paranóica

O fim do ano taí e no meio de tanta coisa pesada que esse 2006 trouxe, eu encontro uma alegria de ver o ano acabar. Pode ser o Natal! Pode ser a viagem próxima pra praia, pode ser o fim de um período ruim, que na minha tola esperança significa um novo muuuito melhor.
Chego em casa pra almoçar, animada. Pensando no que é que eu vou separar das roupas de verão. Nos sapatinhos baixinhos, chinelos. Opa! 20 dias sem salto, beibe! Felicidade instantânea!
Imagino logo que o meu uniforme básico serão os biquínis, as cangas e as havaianas. Uebaaa!

Entro no elevador e dou de cara com a vizinha, visivelmente mal humorada, tensa, com a cara avermelhada.
Digo o “olá” mais protocolar possível, porque tenho medo de perguntar “como vai” e ela responder.

Segue-se um silêncio incômodo.

Inesperadamente, ela começa a me contar os revezes, com lágrimas nos olhos...e eu ali, imóvel, com a porta do elevador aberta, sem saber o que fazer, porque eu sou uma anta esculpida na manteiga e fico logo compadecida pelo drama da criatura.
Desisti de descer do elevador e o que acontece em seguida?

A vizinha me abraça e chora copiosamente.

Ficamos as duas assim. Ela chorava e balbuciava coisas incompreensíveis e eu, sem querer atrapalhar mais a criatura, fico fingindo que entendo o que ela diz.

O que eu sei de certo é que o marido, depois de longos 8 meses numa Missão fora do país, chega hoje e tem que ficar de quarentena, por mais 1 semana, no mínimo. Vai passar o Natal lá e não pode nem ver a família.

Foi isso que eu entendi antes dela me agarrar e soluçar.

Depois, mais calma, me pediu desculpas, terrivelmente encabulada e saltou no andar dela.

Tudo certo, mas why me, dear Lord?


***

Recebi recado, de camadas superiores, que manda não vibrar negativamente pra não entrar o ano com essa vibe.
Pra desopilar, rir muito, dançar, falar bobagem...e o que mais lembrar de itens fluffy. Tudo em prol de ter um ano de 2007 promissor e alto astral.
Era essa a justificativa que eu esperei o ano todo pra minha bobeira!

***

A gente percebe que a criatura não anda bem quando debaixo do céu mais cinzento, numa chuva intermitente, de casaco de lã e botas, a pessoa acorda e passa o dia cantando: “Eu não sei se vem de Deus do céu ficar azuuuuul, ou virá dos olhos teus essa cor que azuleja o diaaaaaaaaa...”!

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Essa musiquitcha vai pra Lu!
Por tudo...e pelo post "retrospectiva 2006" mais lindo e fundo!
It's only pop but i like it, frô!