terça-feira, 16 de maio de 2006

Crises e dúvidas ou The Long and Widding Road




"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui e não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular "
( Marisa Monte - Infinito Particular)


Por que viver junto é tão difícil? Por que a gente tem que fazer tanta força pra ficar quando tudo quer partir? Por que a gente fica e agüenta e escuta e diz tão educadamente o que devia ter sido gritado? Por que a gente escolhe o que não devia, insiste na covardia e fica depois sentindo que não dá pra desfazer? Onde a gente aprende que viver bem é viver junto de alguém? Por que sozinho não pode? Quem disse que só não dá? Por que quando dois se juntam não vem uma pessoa que seja pra te alertar? Por que não chega um e diz: não faz assim, assim não é feliz? Por que depois vem você me pedir pra ficar? Logo você que devia me insuflar, tocar fogo na toca, me enxotar ? Por que eu ouço ainda o que você me diz e deixo isso se gravar e ficar tocando no repeat da minha cabeça como se fosse o melhor que eu pudesse guardar?
Por que eu não vou embora simplesmente? Por que eu não consigo deixar? Por que eu não consigo partir?...deve ser porque nesse caminho de dois eu vejo quatro... No meu estrabismo impraticável.