quarta-feira, 31 de agosto de 2005

Os Fraldas Pintadas

Foi a Rede Globo que deu, no Jornal Hoje:
Em Brasília, a novidade agora é o movimento dos "Fraldas Pintadas".
Os manifestantes fizeram protesto, hoje de manhã, na Esplanada dos Ministérios. Numa espécie de carreata infantil, adultos e crianças pediram creches para menores de três anos. Essa faixa etária ficou fora do orçamento do novo fundo para educação, que está em discussão no legislativo. Depois de fazer muito barulho com chocalhos no gramado, os "Fraldas Pintadas" entraram no prédio do Congresso e continuaram a manifestação.

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Enquanto isso, na CPI...
Juscelino Dourado, que acumula os cargos de afilhado de casamento do Buratti e chefe de gabinete do ministro da Fazenda, diz que conhece o Palocci há 13 anos e, portanto, não acredita em nenhuma das acusações feitas pelo Buratti. Até porque o pobrezinho do Buratti foi coagido e terminou falando coisas que o Palocci não fez.
Por isso, Dourado - que é um sujeito muito elevado, quase um zen budista - disse que não condena o padrinho (Buratti) e não faz juízo de valor.

Eu ainda tô achando mais emocionante a baixaria provocada pela filha do Fábio Júnior com o marido da Cláudia Raia na novela ...Tá mais real, sabe comé?

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O Zé Alencar, nosso altruísta, independente e mui entendido "vaice-president", acaba de propôr a fusão (atentem para o termo inspirado nas Cias. Aéreas) do PT, com o PL e o PTB!
Será que ele sabe o que significam essas siglas?

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O livro da portuguesa Inês Pedrosa é um deleite!
Eu já tô no final e agora comecei a enrolar pra não acabar logo.
Procurem!!!
Chama-se "Nas Tuas Mãos" e recebeu o prêmio "Máxima da Literatura Portuguesa".
A editora é Planeta do Brasil.

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No O Globo de hoje:
De JorgeAmado@edu
Para JeanyMaryCorner@com.br

Por Elio Gaspari

Jeany, amor,Jorge não tem nada a ver com isso. Usamos o e-mail dele porque, mesmo aqui onde estamos, mulheres de nossa vida evitam dar endereços à cana.
Somos as marafonas do Jorge Amado, michês de todos os romances.
Maria, Violeta e Lúcia, as três irmãs de Ferradas, unidas em seu destino. Quitéria do Olho Arregalado, Lindinalva, Doralice e Ernestina. As Margôs do Pelourinho e de Ilhéus, a da “sombrinha de muito pano”.
Magníficas, mansuetárias meretrizes: Rita Tanajura, Rosália, La Lola e Zabela, rainha do Cancan. Viemos da Pensão Monte Carlo, dos Castelos da Sabina e de Tibéria, dos Bataclans e do Trianon.

Sabemos o que estão fazendo contigo. Foste chamada de amiga, irmã e princesa. Agora és apenas cafetina. Pois cafetina sejas e nossa escrita se destina a incitar a Grande Rebeldia da Cafetina Jeany Corner e de suas Meninas.
Explicamos.
Queimaram o filme de uma de tuas garotas. Podiam ter feito de tudo.
Tem gente que sai sem pagar. Tem até quem chame a polícia. Tem quem conte tudo para a legítima. Tudo isso se faz porque acontece. Queimar filme, não. Jorge nunca escreveu o nome certo da moça que o relojoeiro do Recôncavo levou. (Ela montou uma imobiliária, enricou vendendo terra para tucanos paulistas e é suplente de deputado pelo PFL.) Podemos te dizer: o filme da garota foi queimado por cliente da casa.

Sabemos e contamos. Temos licença. Quem duvidar, desafie.
Chegou a nossa hora, desocupem nosso espaço na história da brava gente brasileira.

Quando se acabou a ditadura do Getúlio Vargas vieram os liberais, moços, poetas e romancistas (o Jorge foi constituinte de 1946).
Abriu-se o rendez-vous do edifício São Borja, na Avenida Rio Branco, em frente ao velho Senado. Tanta foi a liberdade que Jango e Garrincha namoraram a mesma vedete. (Passou por aqui o general Sukarno, aquele que governou a Indonésia. Perguntou pelas pernas da Amparito, que conheceu na boate Night and Day.) Vieram os militares e o Roberto Campos. Dele não falamos. Debochou da Natasha, que o desmonetarizou na Lapa.
Em São Paulo reinou o La Licorne, casa reputada, ensurdecida numa noite por escandalosas sirenes. Parecia prenúncio de polícia mas era prelúdio da paixão de poderosos. Foi o esplendor do patronato. Sabemos de meninas que nessas noites de chumbo ajudaram lindos guerrilheiros e disso só se arrependem agora. Eles se aposentaram pelo Bolsa-Ditadura e elas encalharam no INSS.

Bons tempos os dos lupanares. Havia paixão no bordel.
Faz algum tempo que criaram por aí o marafa-delivery.
Em Brasília, recentemente, esse serviço atendia a uma legação de caipiras paulistas.

Querida Jeany. Por nossos arcos já passaram todos os triunfos. Bacharéis, militares, patrões, empregados, policiais, guerrilheiros, economistas e empreiteiros. Deitados, nos contaram como juntaram seus patrimônios. De pé, fizeram com o Brasil aquilo que só lhes permitimos na cama, por preço justo, expresso e previamente tratado.
Queimaram o filme da colega?
Pois o dia é hoje. Que cada meretriz, rameira, garota de programa, michê, quenga, seja da modalidade denominada avião ou baranga, municipal ou federal, conte o que sabe a quem quiser ouvir. Conte tudo, Jeany, ponha na internet as memórias das tuas moças.
Já não se fazem pessoas como Julieta Zude, aquela que disse a Lola: “Pelo amor de Deus, não conte nada...”

A Grande Rebeldia da Cafetina Jeany e de suas Meninas não jogará lascas sobre as boas famílias. Jorge nos instruiu: o que fazemos deitadas o trinco tranca. Só contaremos o que ouvimos de pé, mas contaremos tudo, de todos.
O Brasil fará história. Depois de ter sido governado por um filho de pais incógnitos (o padre Diogo Feijó, homem macho da Regência), será a primeira nação onde a moralidade foi restabelecida depois de uma rebelião de putas.
Força, mulher.

Pelas meninas,

Jorge Amado

ELIO GASPARI é jornalista

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Antes que eu me esqueça, o maravilhoso Gabeira foi o único que teve coragem de chutar a canela daquele cabra!!! E de dizer uma verdades danadas de boas na cara dele!!!
Eu dei pulinhos e bati palmas!
Ainda mais depois da resposta: recolha-se à sua insignificância! wawawawawawa
Eu falava isso pros meu colegas quando eu tinha uns 16 anos!!!!

Ga-bei-ra, Ga-bei-ra, Ga-bei-ra!!!!!

O Deus Mu Dança

Então, hoje foi o dia de resolver de uma vez sair de um servidor pra outro.
Meu Blog anterior - O Caleidoscópica - desapareceu na blogosfera, há dois dias, e eu não tinha salvo os meus arquivos anteriores. Sem querer falar do que eu senti por ter perdido tudo, venho pra cá feliz da vida.
E sabe como são as sincronicidades...Do nada, uma amiga se ofereceu pra criar um novo Blog pra mim...logo hoje?
Claro que eu topei!
Dentro de alguns dias vocês terão uma nova Caleidoscópica, totalmente remodelada!
Enquanto isso, vou migrando os arquivos e preparando o debut aqui no Blogger.
Não sem postar quase sempre, como antes.

Bela
ps: o post abaixo foi uma tentativa anterior de vir pra cá. Mas é pra vcs mesmo!

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

Pro Clã...

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero o meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam pra que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. (Oscar Wilde)