segunda-feira, 30 de abril de 2007

CANÇÃO DA PLENITUDE

Amanhã já é maio...
Maio é um mês com significados lindos...pra mim pelo menos.
Céu de maio, vento de maio...e, dia 10, eu comemoro 10 anos de namoro com meu marido!

Esse texto eu tinha lido há algum tempo e reencontrei hoje, no
blog do Pedro Paulo Rangel, por causa de uma dica cultural das Duas Fridas.

Uia bem a volta que as coisas dão quando têm que cair no meu colo...


"Quando eu era mais jovem tudo fluía com muito ímpeto, mas nem sempre com mais beleza. "A afobação prejudica o amor", disse-me alguém um dia, e concordei muitos anos depois. A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura. Se alguém me amar na minha madureza, não será pela carne jovem, mas por alguma coisa além. Por isso, dentro de mim, aqui no fundo, amadurecer instaura uma nova liberdade. Se você me buscou é porque não exige de mim o que fui há vinte anos: mas quer o que posso ser agora, vê, com seus olhos também maduros, uma riqueza que prescinde do convencional. Isso é muito mais cálido e especial do que o amor dos quinze anos, quando ser feliz parecia apenas natural. Hoje, é um presente de maior requinte, e sei que posso lhe retribuir na mesma altura. Não tenho mais os olhos de menina, nem corpo de adolescente, e a pele translúcida há muito se manchou. Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura agranada pelos anos e o peso dos fardos bons e ruins. (Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.) O que posso te dar é mais que tudo o que perdi: dou-te os meus ganhos. A maturidade que consegue rir quando em outros tempos choraria, busca te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada. Posso dar-te muito mais do que beleza e juventude agora: esses dourados anos me ensinaram a amar melhor, com mais paciência e não menos ardor, a entender-te se precisas, a agradar-te quando vais, a dar-te o regaço de amante e colo de amiga, e sobretudo a força, que vem do aprendizado. Isso te posso dar: um mar antigo e confiável cujas marés, mesmo se fogem, retornam, cujas correntes ocultas não levam destroços mas o sonho interminável das sereias".
Canção da Plenitude - Lya Luft

Um farto sumiço

Peço desculpas pelo sumiço.
A meu favor só posso dizer que tive bons motivos pra me concentrar em outras coisas e deixar o blog um pouco de lado, embora isso não me dê nenhuma tranquilidade. Na verdade a gente sabe que é exatamente nesse mondo blog que as coisas se aproximam mesmo do ideal.

Bão, vamos aos fatos.

No sábado passado, dia 21 de abril, meus avós, Lúcia e Henrique, respectivamente com 79 e 83 anos, caíram no golpe do seqüestro por telefone. Foram nove horas de terror, mas o resultado final é que importa. E os dois estão inteirinhos e vivos. Oquei.

Segunda-feira, 23, meu filho mais velho, Victor, com 13 anos, voltava da escola ao meio-dia e foi assaltado por quatro moleques de rua armados de estilete e faca. Chegou em casa inteiro, mas abaladíssimo.

Ai parece que uma onda de violência resolveu sacudir a família e, na sexta-feira, 27 de abril, Victor voltou a ser ameaçado e perseguido por outros dois moleques até a porta de casa.

Eu me abstive até agora porque na hora do vamos ver a gente tende ao extremo e eu não quero compactuar com esses caras defensores de penas capitais e redução de maioridade penal. Porque o meu filho e os meus avós foram vítimas de uma violência brutal e invasiva, sórdida, que não escolhe raça, cor, credo ou idade...Simplesmente acontece.

Eu me afastei daqui porque não quis contaminar ninguém com esse pessimismo que me abateu – e quem me conhece sabe como são raros na minha vida tanto o abatimento quanto o pessimismo - e porque eu tive a pior das consciências. Porque eu senti profundamente a culpa de tudo estar como está, de ter chegado até esse ponto. E de eu ter feito, a mim e à minha família, o grande mal de não ter visto antes, ou melhor não ter ouvido mais cedo, quando o Betinho já dizia, que não há diferença entre o menino na rua e o que está dentro da minha casa. Pois não há.

E é um descuido caro. E eu me sinto tão responsável pelo assaltante quanto pelo assaltado, com a única diferença de ter construído para os que foram vítimas um ambiente de suporte, amor e cuidado. E ter preterido todos os outros.

Meu filho, meus avós e meus amigos que me desculpem se pareço radical e talvez um tanto culpada, ainda mais se numa hora como essas eu teimo em igualar nós todos. É que pra mim a única diferença foi a sorte que nós tivemos e a que eles jamais terão.


***


Bora pras boas novas?


Voltei pra produção! É isso! Pronto! Falei!


Afastada desde que sai da DMV, há 12 anos, tomei coragem e resolvi produzir um monólogo. O texto é de Andréa Alfaia e o ator é o Arthur Tadeu Curado. Duas figuras queridíssimas que tão ai fazendo arte na raça. Competentes, talentosos e nos quais eu boto fé.com.br.


A peça se chama “Canção pra se dançar sem par” e estréia no dia 17 de maio (aniversário de amado marido), às 21h, com coquetel pra convidados e zuzu mais, no Espaço Cena Contemporânea.


Me desejem muita merda, por favor.


Merci.

(Eu, Arthur e Andréa na sessão de fotos)
***
Xô pensar...quê mais?
Ah, sim, tava morta de saudade, viu?
Me ‘guentem que eu votei.

terça-feira, 17 de abril de 2007

ELAS DIZEM NÃO

Meu pai, encantado com a histária de amor de meu filho caçula, Caio, resolveu me presentear com isso.

Vê se eu posso com esses dois...





Meu neto Caio, 5 anos, está fascinado pela Ingrid, uma moreninha trigueira, fita vermelha no rabo-de-cavalo, sua colega no Jardim da Infância. "Ela é a mais bonita da escola. E a mais interessante, também, meu avô" - disse-me ele num tom em que eu pressinti algo como "não é pro meu bico". Sem querer levar adiante uma precocidade já existente, cheguei devagar ao terreiro, interessado apenas em levantar o astral dele. "Vocês brincam de que no recreio?". A resposta veio carregada de uma evidente desilusão: "Ela não brinca com os homens, só com as mulheres".



O motivo dessa gravíssima discriminação de gênero, segundo a própria musa, foi um colega que sentava atrás dela no ano passado, e ficava o tempo inteiro cutucando a nuca da bela ou puxando-lhe os cachos cor de mel. E Caio concluiu: "Ela agora acha que todos os homens só servem pra chatear, igual àquele pentelho".



Eu então garanti que o caso estava resolvido, mole, mole. Bastava demonstrar a Ingrid que ele era diferente, feito de outro barro, queria se divertir junto com ela, e não contra ela. Aí percebi na resposta que o meu neto já começa a pagar o tributo que nos é cobrado por afastar os véus do universo feminino. "Só que eu tenho vergonha, vô", disse ele em confissão, com os olhos baixos. "Vergonha de que, meu filho?" - reagi, para animá-lo - "Ela vai adorar lhe conhecer, brincar com você, conversar com um cara inteligente, alegre, bonito, legal pacas, como você é".


Ele finalizou forte, certeiro e no canto, sem defesa pro goleiro: "Já tentei uma vez... Fui lá no parquinho e pedi: por favor, Ingrid, posso brincar com você? E ela disse: não, homem não brinca com a gente". Ferido pela primeira rejeição, Caio deu o tiro de misericórdia em meu otimismo inútil: "Esse, meu avô, é o grande problema das mulheres".

sábado, 14 de abril de 2007

Sol & Geléia da Fatinha



O dia começou azul assim! Azul de doer!
Fui a pé até a feirinha de orgânicos perto de casa, enquanto deixava os meus filhotes dormirem até mais tarde um pouquinho.
A inspiração do dia quente e luminoso me pegou e eu fui pra cozinha preparar um café da manhã.
Frutas, suqinho, café e leite, pãezinhos, ovos quentes, peito de peru, queijinho branco...tava faltando alguma coisa...
Huumm...
Minha amiga Fátima (não me canso de agradecer, querida! Merciiii!) me mandou, lá de Juiz de Fora, umas geléias especialíssimas...então que tal umas panquequinhas pra companhar as geléinhas?
E assim foi.
Tô aqui recuperando o fôlego... olha o dia que me espera lá fora:



Sol & Geléia de Limão da Fatinha, meus filhos!
Amém!
***
ò o Lenine, que me embala desde cedo:
Miedo
Lenine

(Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis)

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienem miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienem miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da
Tienem miedo de subir y miedo de bajar
Tienem miedo de la noche y miedo del azul
Tienem miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da
El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor
Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá
Tenho medo de ascender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como un laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Tienem miedo de reir y miedo de llorar
Tienem miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienem miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da
Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor
El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar
Medo de olhar no fundoMedo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo
Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão
Medo de fechar a cara, medo de encarar
Medo de calar a boca, medo de escutar
Medo de passar a perna, medo de cair
Medo de fazer de conta, medo de dormir
Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Miedo... que da miedo del miedo que da
***
Bom Finde, amorecos!

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Proezas de Antônia

Eu chego em casa bem tarde porque trabalho à noite. Lá pela meia-noite, sabe?

Ai, a moça (vou falar baixo, pq vcs sabem, não dá pra ficar elogiando muito...Elas terminam indo embora, pedindo aumento, ficando péssimas...sei lá porquê) que me ajuda na casa se chama Antônia e é um doce de criatura. Ontem, eu mal entrei, ela levantou sonada, foi até a sala e disse:

Dona Bela, tem uma amiga sua que ligou hoje dizendo que ta fora do Brasil, mas vai tentar ligar de novo daqui a uns dias, porque hoje ela tava indo ver o Mati Pit*.
- O quê, Antônia?
- É isso mesmo. Eu perguntei mais de uma vez quem era essa pessoa e ela disse que a senhora sabia. E eu até anotei aqui no papel, pra não me esquecer, porque esses nome de gente estrangeira a gente não guarda, num sabe? Taqui, ó: Mati Piti*.
- Hein?
- É, ela disse que era irmão de um famoso desses de filme, mas que esse ai mora é no Peru.

E eu chooorando de rir: - Deve ser o irmão do Brad Pit...que mora no Peru.

(Corta pra marido rolando engasgado pela sala)



*(eu sei que explicar piada é úó... mas tem os desatentos...
é Machu Picchu)

terça-feira, 10 de abril de 2007

Pra Aninha

Aninha-querida,
tentei mandar por email, mas voltou todas as vezes.
Taí a musiquinha que eu tinha te falado.

Diliçaaaa!


back in town

Oi, zamores!
Voltei nooovinha em folha e aceleradinha da silva.
O feriado foi maravilhoso, com os amigos mais queridos pertinho, os filhos e marido a tiracolo...Ou seja, um must!


Amigo que tinha se acidentado gravemente já voltou inteirinho pro nosso convívio, o que foi um grande motivo de emoção e comemoração.


Isso sem contar a receita de Ossobuco que eu fiz lá pra gente...huuuummm.

Depois eu mostro a receita.





Ah, eu tava do ladinho dessa cachoeira ai, ó: Chama-se Loquinhas. Na verdade é um conjunto de 7 quedas e seus pocinhos fantásticos.
Bão, né?







***
Voltando à programação normal, a criatura liga a TV depois de quase uma semana de alienação. Tem como ficar alheio? Não tem, né? Tá bom.


No meio do mar de violência e terror que tem recheado os nossos telejornais e o cotidiano, hoje duas matérias em especial chamaram a minha atenção. Bom sinal de que acostumada e insensível eu ainda não fiquei.

Três ‘di menor’ aqui da capitarrr federarrr foram presos porque estavam juntos na idealização e futura operação de morte de um quarto ‘di menor’. Todos os três de classe média alta apareceram em fotos usando cocaína e posando com armas... Filhinhos de papai no centro do poder. Tal e qual a quadrilha desmontada no ano passado, que só aqui tinha sete rapazes atuantes no tráfico internacional. Dos quais, cinco estudaram comigo, no melhor colégio DE FREIRAS da cidade, lá nos idos de 1980, cujos pais podiam bancar qualquer sonho desses meninos. Do básico, advocacia, engenharia, medicina, até artes plásticas, gastronomia, escultura, vidros da Bohemia, astronomia na NASA e demais centros avançados de formação e carreira. Mas eles foram lá e escolheram deliberadamente ser bandidos.

Agora uma pesquisa do DataFolha anda mostrando que mais da metade dos brasileiros é a favor da pena de morte para crimes hediondos. Isso mesmo, colega, 55% de nós defendem e aceitam a cadeira elétrica ou a injeção letal. Começando do começo, eles andam jurando por Deus que haverá processos precisos, eficientes e justos por essas bandas de cá, assim, amanhã.
Eu fico pensando nesse povo que gosta de ver a pimenta queimando o alheio. Fico imaginando o dia em que o tal filhinho de classe média remediadinha, aquele que custou o zói da cara pra educar, fora o capital de afeto e atenção, for acusado, julgado e condenado, justa ou injustamente.


Eu não acredito nessas posturas. Não consigo matar nem vespa, que porventura tenha mordido o meu filho, embora instintivamente eu possa até ter o rompante.


Agora, uma sociedade que usa esse artifício, essa ferramenta legal pra condenar um sujeito, está mais perto da barbárie do que o aceitável ou não está?


O povo fica querendo seguir o modelinho do seo Buxi, naquele país que, na minha fraca idéia, guarda a maior concentração de serial killers por metro cúbico?

Cadê aquela linha de onde ninguém - nem os homens da lei - deve passar?



***



Pra matutar, de um dos meus poetas prediletos: Murilo Mendes.

SOLIDARIEDADE

Sou ligado pela herança do espírito e do sangue
Ao mártir, ao assassino, ao anarquista,
Sou ligado
Aos casais na terra e no ar,
Ao vendeiro da esquina,
Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida,
Ao mecânico, ao poeta, ao soldado
Ao santo e ao demônio,
Construídos à minha imagem e semelhança.

Do livro: "Tempos da literatura brasileira", Ed. Ática, SP, 1985

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Soneto

(Dezembro de 1937)
Mário de Andrade
Aceitarás o amor como eu o encaro?...
...Azul bem leve, num nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.
Tudo que há de milhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim joagada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.
Que grandeza...A evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições. O encanto
Que nasce das adorações serenas.
(Este é um dos que eu mais amo na vida...
E é pra alguém que de mim merece o mesmo sentimento)
***
Beibes,
eu tô indo ali, rapidinho.
Volto no Domingo de Quáspoa!
Inté!
***
Falmigas-amadas,
eu recebi o MEU colar com MEU nome de Carla-Muitahontas-San!
Tô indo com ele no pescoçoooo!
Rá!

segunda-feira, 2 de abril de 2007

BEING BORING

Eu odeeeeeeeeeeeio
gente mal humoradaaaaaaaaaaaa!


Pronto!
Passou!
Respira...


***


Dia chato, chato, chato, chato, chato, chato....


***


Ai, cara, será que isso pega?
Eu vou dormir cantando "Being Boring"
Tó:
"I came across a cache of old photosand invitations to teenage parties.“Dress in white,” one said with quotationsfrom someone’s wife, a famous writerin the nineteen-twenties.When you’re young you find inspirationin anyone who’s ever goneand opened up a closing door.She said we were never feeling bored.
‘Cause we were never being boring,we had too much time to find for ourselves.And we were never being boring,we dressed up and fought, then thought “make amends.”And we were never holding back, or worried thattime would come to an end.When I went, I left from the stationwith a haversack and some trepidation.Someone said “If you’re not careful,you’ll have nothing left and nothing to care forin the nineteen-seventies.”But I sat back, and looking forward,my shoes were high, and I had scored.I’d bolted through a closing door,and I would never find myself feeling bored.
‘Cause we were never being boring,we had too much time to find for ourselves.And we were never being boring,we dressed up and fought, then thought “make amends.”And we were never holding back, or worried thattime would come to an end.We were always hoping that, looking backyou could always rely on a friend.Now I sit with different facesin rented rooms and foreign places.All the people I was kissing,some are here and some are missingin the nineteen-nineties.I never dreamt that I would get to bethe creature that I always meant to be.But I thought, in spite of dreams,you’d be sitting somewhere here with me.
‘Cause we were never being boring,we had too much time to find for ourselves.And we were never being boring,we dressed up and fought, then thought “make amends.”And we were never holding back, or worried thattime would come to an end.We were always hoping that, looking backyou could always rely on a friend.‘Cause we were never being boring,we had too much time to find for ourselves.And we were never being boring,we dressed up and fought, then thought “make amends.”And we were never being boring,we were never being bored,‘cause we were never being boring,we were never being bored."