terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Couch Surfing


Olha issooooooooooo!
http://couchsurfing.com/
Pros mochileiros de plantão!

Olhos, começos, msn e círculos

Hoje amanheceu como se estivesse acabando o dia. Um horizonte vermelho e um céu em degradê, em vários tons de laranja... e não era o crepúsculo...
Era a barra do dia mais bonita dos últimos tempos!

***

Ontem eu ganhei na megasenacumulada, beibes!!!
MSN com Mi, Lú e Fal não é pra qualquer mortal!!!!
E o melhor é que a gente se divertiu hor-ro-res!!!

***

Eu tenho uma sensação estranha de estar andando em círculos.
Como se não houvesse progresso nas minhas coisas, nos meus pensamentos, no que eu sinto já há tanto tempo.
Pode ser uma entressafra, pode ser uma TPM, pode ser uma nostalgia do ano que acabou, uma letargia de começo de ano ( tá, eu sei que janeiro acaba hoje!) mas não sei... Me incomoda e eu não administro bem, não.
Embora não seja muito dada a desânimos, mal saio do meu ancafifamento e já me acho assim?
Tô precisando de sol, mato, água, iodo...deve ser isso.

***

A Criatura faz uma propaganda danada de si mesmo, diz que vai fazer parte de uma mesa redonda com gente do mais alto nível, num programa nacional muito conhecido e coisa e tal.
A bocoió aqui senta e, resistindo ao sono acachapante, aguarda pelo início do embate...
Passa o primeiro bloco e nada acontece. No segundo bloco, nada.
No terceiro, uma intervençãozinha insignificante.
No último, nada outra vez.
Com que cara esse sujeito veio falar comigo hoje?
Ah, cê num sabe?
Jurando que era Carl Sagan!
Eu juro que fiquei achando que cochilei justamente na pergunta brilhantíssima que levou a discussão ao seu ápice e consequentemente disparou a audiência.
Eu, que num sou besta, já liguei pra lá e pedi o DVD com a gravação do programa.
SE eu tiver mesmo perdido essa indispensável participação do tal, juro que peço desculpas.
Mas, se não, ele vai receber uma cesta de café da manhã com ele dentro. Podem escrever.
É aquela coisa: Não adianta quebrar espelho. Mais cedo ou mais tarde você vai se ver.
Onde?
Se não por você...no olho do outro.

sábado, 28 de janeiro de 2006

Depois da tempestade...

...arrumar tudo pra ver se a vida volta pro prumo.
Bonança, meus fios, só se estiver a caminho e eu ainda nem dei por isso.
Eu ando naquele estilo:
Empregada nova começando a se adaptar.
Saúde se restabelecendo.
Casa meio arrumada/meio desarrumada.
Trabalho gritando.
Saudades da família toda junta.
Uma cólica daquelas da adolescência pra arrematar.
Uma chuva de vento, depois de dias de verão, que quase quebra as janelas e o resto da casa.
Meu estômago dando sinal de vida.
Meus sapatos pedindo por uma arrumação de ano novo, algumas doações e uns novinhos que já me comunicaram o desejo de assumir os postos vagos.
Papéis que se eu empilhar me cobrem.
Livros que enfileirados dariam a volta no quarteirão.
Terminar de comprar o material de escola dos meninos + uniformes + mochilas + lancheiras.
Vontade de mudança: não sei de quê, mas por via das dúvidas, fui lá logo e cortei o cabelo. Do longo no meio das costas prum chanelzinho desarrumado...amei!
Bom, e amanhã é aniversário da Jana ( a atual mulher do meu ex-marido, a 'boadrasta' do meu filho mais velho) e quem faz o almoço sou eu: Vatapá.
E segunda às 6h da matina tenho que estar inteirinha pra trabalhar.

...quando a bonança chega?

Já me disseram que é lá pro Carnaval e eu acredito: dia 16 entro no avião pra Bahia, com a família toda!, e só volto dia 1º.


***

Jerico ta melhorzinho das dores?

Rominha ta de volta ao Reino Unido?

Beth volta quando?


***

AH, LEIAM ESSE HOMEM!

MAPA
Murilo Mendes

Me colaram no tempo, me puseram
Uma alma viva e um corpo desconjuntado.
Estou Limitado ao norte pelos sentidos, ao sul pelo medo,
A leste pelo Apóstolo São Paulo, a oeste pela minha educação.
Me vejo numa nebulosa, rodando, sou um fluído,
Depois chego à consciência da terra, ando como os outros,
Me pregam numa cruz, numa única vida.

Colégio. Indignado, me chamam pelo número, detesto a hierarquia.
Me puseram o rótulo de homem, vou rindo, vou andando, aos solavancos.
Danço. Rio e choro, estou aqui, estou ali, desarticulado,
Gosto de todos, não gosto de ninguém, batalho com os espíritos do ar,
Alguém da terra me faz sinais, não sei mais o que é o bem
Nem o mal.

Minha cabeça voou acima da baía, estou suspenso, angustiado, no éter,
Tonto de vidas, de chriros, de movimentos, de pensamentos,
Não acredito em nenhuma técnica.
Estou com os meus antepassados, me balanço em arenas espanholas,
É por isso que sai às vezes pra rua combatendo personagens imaginários,
Depois estou com os meus tios doidos, às gargalhadas,
na fazenda do interior, olhando os girassóis do jardim.

Estou no outro lado do mundo, daqui a cem anos, levantando populações...
Me desespero porque não posso estar presente a todos os atos da vida.
Onde esconder minha cara? O mundo samba na minha cabeça.
Triângulos, estrelas, noites, mulheres andando,
presságios brotando no ar, diversos pesos e movimentos me chamam a atenção,
o mundo vai mudar a cara,
a morte revelará o sentido verdadeiro das coisas.

Andarei no ar.
Estarei em todos os nascimentos e em todas as agonias,
Me aninharei nos recantos do corpo da noiva,
Na cabeça dos artistas doentes, dos revolucionários.
Tudo transparecerá:
vulcões de ódio, explosões de amor, outras caras aparecerão na terra,
o vento que vem da eternidade suspenderá os passos,
dançarei na luz dos relâmpagos, beijarei sete mulheres,
vibrarei nos canjerês do mar, abraçarei as almas no ar,
me insinuarei nos quatro cantos do mundo.

Almas desesperadas eu vos amo. Almas insatisfeitas, ardentes.
Detesto os que se tapeiam,
os que brincam de cabra-cega com a vida, os homens “práticos”...
Viva São Francisco e vários suicidas e amantes suicidas,
os soldados que perderam a batalha, as mães bem mães,
as fêmeas bem fêmeas, os doidos bem doidos.
Vivam os transfigurados, ou porque eram perfeitos ou porque jejuavam muito...
Viva eu que inauguro no mundo o estado de bagunça transcendente.
Sou a presa do homem que fui há vinte anos passados,
dos amores raros que tive,
vida de planos ardentes, desertos vibrando sob os dedos do amor,
tudo é ritmo do cérebro do poeta. Não me inscrevo em nenhuma teoria,
estou no ar,
na alma dos criminosos, dos amantes desesperados,
No meu quarto modesto da praia de Botafogo,
no pensamento dos homens que movem o mundo,
nem triste, nem alegre, chama com dois olhos andando,
sempre em transformação.


Murilo Mendes, um dos mais importantes poetas brasileiros, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 13 de maio de 1901 e morreu em Lisboa, no dia 13 de agosto de 1975.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

...mas a gente se diverte...

O sujeito muito engravatado e muito sisudo, com aquela voz convencional de radialista do século passado, entra no estúdio às sete da manhã. Lê normalmente as notícias nacionais do dia e quando começa o jornal regional, o cara espoca, literalmente, de tanto rir, carregando todo mundo junto.
Avalie se você também não riria:

"Frangos morrem na região de Feira de Santana, na Bahia.
Não foi cogitada em nenhum momento a possibilidade de ser a gripe das aves, pois o País não está em rota de risco e nenhum registro da doença foi encontrado nestes últimos anos, disse Aurino Soares, coordenador regional da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), em resposta a uma dezena de mortes de frangos no distrito de Tiquaruçu, em Feira de Santana, a 109 quilômetros de Salvador. De acordo com o coordenador, após tomar conhecimento de que alguns criadores de frango da região teriam perdido algumas aves de forma misteriosa, uma equipe foi encaminhada para o local e, após uma conversa com os moradores (ou seja, os franguinhos não foram excaminados, sequer...), descobriu-se que a causa da morte seria estresse calórico, ou seja, que as aves estavam desidratadas pela exposição excessiva ao calor.(vieram de onde esses bichinhos? Do ártico? Porque frango nascida na Bahia num morre de calor, convenhamos!)"

Em seguida:

"Índios ocupam fazenda em Itaju
Um grupo de cerca de 20 índios da tribo Pataxó Hã-hã-hãe, com armas e dando tiros para o alto, invadiu a fazenda de Ozorino da Silva Santos Filho, na região das Alegrias, em Itaju do Colônia, a 499 quilômetros de Salvador. Os pataxós hã-hã-hães estariam reagindo ao cumprimento da liminar para reintegração de posse dos imóveis Fazenda Alegria e Conjunto Fazendas Reunidas Alegria, que estaria prevista para amanhã. A liminar foi expedida pelo juiz federal Pedro Calmon Holliday, da Vara Única de Ilhéus. "

...só na Bahia!


***

E os meus amigos, mais do que solidários e preocupados com as minhas indagações de ontem, começam a mandar respostas possíveis.

Olha esse email de antes das 8h da manhã...isso que é começar bem o dia.


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra
vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se
acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não olha pra fora, logo
se acostuma a aceder cedo a luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol,
esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus
porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduiche porque não dá
para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus
porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone. Hoje não
posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser
ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.. E
a lutar para ganhar dinheiro com que pagar. E a pagar mais do que as
coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais
trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em
que se cobra.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e
cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os
olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas,
tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali,
uma revolta acolá. Se a praia está contaminada a gente molha só os pés e
sua no resto do corpo. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira
fila e torce um pouco o pescoço. Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda
fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito. A gente
se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, que se perde de si mesma.

EU SEI MAS NÃO DEVIA
(Clarice Lispector)

Foi o Luiz que mandou! Fofolete de Belinha, merci!
Num resolve os meus "pobrêma", mas dá uma luzinha da mais alta qualidade, amore.
Veleuuu!

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

ûpidêitin

Dias de calor, mormaço, verão, calor, calor, calor e mais um pouquinho de calor pra arrematar.
Um sol baiano, um calor pernambucano, uma seca árabe...e amigos de vorrrta!
Ai que coisa boa! Quem sabe assim abandono esse meu período de encafifação.
Ah, mininas(Danae, MariMariMari, Marjô, Nai, Rái, Lu, Dri,Vanessinha, Marizinha, Tatinguinha), eu tava num deserto. Mentira! Tava no meio de uma muvuca de pensamentos, de onde ora saiam catedrais circulares barrocas, ora casinhas de taipa, ora barraquinhas de sem-terra de lona preta, daquelas beeem pobrinhas que nem papelãozinho nas laterais tem. Esse era o momento "Deserto de pensamentos"

***

Eu no meu intento de organizar melhor a casa, a família e o dia-a-dia...será que um dia a gente chega lá?
Ai, cansaço...

***

E eu com saudades de quem ta longe, de quem ta perto, de quem ta masômenos...
ao mesmo tempo enfastiada de coisas cotidianas, essas mais bestas, que num incomodam sozinhas, mas com um tantinho de qualquer mal estar viram um Ogro verde, enorme, gigante e que anda balindo palavras de ódio no meu cangote.
Que diabos de tanta coisa di-a-me-tral-men-te o-pos-ta a gente procura nessa vida??
E por quer diabos a gente tenta ainda mais manter as coisas da vida numa rotininha de fácil manuseio???
Acuma pode ser assim tão dissonante uma criatura?
Coisa mais discordante, desarmônica, meu Deus.

Conforme o elucidário gay: Minha Nossa Senhora das Contradições que me acuda!

***

Afora isso, o resto tá bem. A saúde recuperadinha, a família idem idem.
Filho mais velho volta amanhã com a contabilidade seguinte: 6 namoradinhas de verão.
E eu que me vire com a minha ciumeira maternal indecente!!!!

E filho caçula, que ganhou chapéu de mestre-cuca "lerrítimo",oferecido por um dos chefs mais higt tech da cidade( sorry, periferia!), aprendeu a digitar o próprio nome. Imagine quantos cartuchos já se foram de ontem pra hoje!!!

Depois eu posto a foto do garoto devidamente enchapelado!

***

Romíssima-amoreca, ai ai ai nós duas soltas nessa cidade, beibe!
Recebeu meu email?


That's all folks!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Enfim, o fim da Palmada

Câmara decreta fim da palmada
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou projeto de lei que proíbe aos pais dar palmadas nos filhos, sob quaisquer propósitos, ainda que de caráter pedagógico. A proposta segue agora para o Senado, sem necessitar passar pelo plenário da Câmara. Quem for pego dando palmadas nos filhos ficará sujeito às penas previstas no Artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente: encaminhamento a programa de proteção à família, tratamento psicológico, cursos ou programas de orientação e obrigação de encaminhar a criança ou o adolescente a tratamento especializado. São cinco os autores do projeto, todos petistas: Maria do Rosário (RS), Angela Guadagnin (SP), Selma Schons (PR), Luiz Couto (PB) e Fátima Bezerra (RN). ‘‘Os avanços obtidos pela sociedade brasileira ainda não são suficientes para romper com a cultura que admite a violência contra crianças’’, disse a deputada Maria do Rosário, que encabeça a lista de autores da proposta. (A Tarde – BA)

***

O castigo físico em crianças foi introduzido no Brasil pelos padres jesuítas no século XVI, causando indignação nos indígenas, que repudiavam o ato de bater em crianças. A correção, como explica a historiadora Mary Del Priore, no livro História das Crianças no Brasil, era considerada uma forma de amor. O excesso de carinho devia ser evitado porque fazia mal aos filhos. A relação entre os pais e suas crianças teria de ser o espelho do amor divino, segundo o qual, amar é castigar os erros e dar exemplo de vida correta.(????????!!!!!)

Vixi...Eu, como não ando de mãos dadas com o pensamento da Santa Igreja Católica desde que o meu cérebro metabolisa informações e forma opiniões, não podia imaginar que tivesse havido outra origem pra isso.

Dai, num estudo de Michel Foucault (1977), pode-se saber que o uso do castigo físico faz parte de um sistema de controle de uma sociedade investida do sentido da ordem e da lei. A vigilância enreda a todos, e não apenas as crianças. As instituições do século 18, ligadas por uma espécie de ‘rede’ de crenças, valores e hábitos, geraram um sistema de vigilância, controle e punição desde a família, até prisão, passando pela escola ou serviço militar. A educação tradicional era autoritária porque podia impor, todo o seu saber e poder para “torcer o pepino desde pequeno”. Era um sistema educativo que acreditava ser preciso formar um cidadão “disciplinado” para ser “dócil” a nova ordem moderna. Mas em nossa época denominada pós-moderna querer resgatar o castigo físico como método educativo, além de ser um contra-senso é uma prática fora de lugar. Os pais que ousam bater nos filhos, no fundo, carecem de palavras e de espírito democrático. Funcionam como o terrorismo que através de seu ato – bruto, rude, bárbaro - pretendem eliminar o sentido das palavras e o valor do diálogo na construção do verdadeiro sujeito.

Mas, países de 1º. mundo, hoje, “autorizam” pais e professores de usarem os antigos instrumentos de castigos (ou tortura) como palmatória, chicotinho, varinha, corda, cinto, etc. Uma amiga que viveu durante um ano na cidade de Lion, França, disse-me que são vendidos chicotinhos especialmente feitos para bater em crianças desobedientes. A Inglaterra que ficou conhecida internacionalmente pela experiência libertária da Escola de Summerhill, só suspendeu o castigo físico do seu sistema educacional em 1989. Recentemente (2004) o parlamento inglês voltou a discutiu a necessidade de aplicar castigos físicos como medida educacional legítima. Nos países escandinavos, embora a educação seja rígida, existem leis que proíbem os pais usar violência contra seus filhos. As crianças podem fazer denúncias, e assistentes sociais ficam de plantão para evitar essa pratica.

Não faz muito tempo que Cingapura, país de regime político autoritário e um sistema financeiro importante, localizado na Ásia, impôs uma pena judiciária de chibatadas a um jovem norte-americano que transgrediu as severas leis daquele país.

Apesar do liberalismo ‘oficial’ e aparente permissividade educativa dos norte-americanos, a maioria da população dos EUA consultada não apenas aprovou a pena judiciária de Cingapura para o crime de tráfico de drogas como gostaria que sua justiça também fizesse uso de castigos físicos para transgressores da lei. Para reforçar essa atitude repressiva, uma pesquisa divulgada declara que 61% dos pais norte-americanos aprovavam castigos físicos como uma forma de punição válida, e 57% disseram acreditar que até mesmo bebês de seis meses podem merecer uma surra!!!!!!

Digam se isso não caracteriza bem os pais daqueles psicopatinhas que andam armados nas escolas, treinando como se mata homenzinhos nos videogames e se dessenbilizando pra miséria e a violência humanas, digam!

Quando eu estive na França, era muito comum crianças tomarem tapas, apertões, beliscões e similares, publicamente. No meio da rua ou nas escolas, apanhavam de pais, parentes, amigos dos pais e professores.

Quase fui apedrejada em praça pública por discutir com uma mãe que andava com os dois filhos numa coleira e ao atravessar uma rua bateu violentamente no rosto do filho mais novo por ele ter avançado meio metro na faixa de pedestres. Os transeuntes gritaram contra mim palavras de baixo calão para complementar suas idéias: "ela tá certa, ela que é mãe que sabe, não se meta...".

E será que existe mesmo uma diferença considerável entre a palmada e um tapa na cara e demais agressões?

Será que pros nossos filhos a tal "palmada pedagógica" não é absorvida como uma violência como qualquer outra?
Se eu já dei palmada nos meus filhos?
Já. Mas não concordo e me arrependo.
Acredito que o castigo imposto, como deixar de brincar, não assistir televisão, não ter acesso ao computador ou não descer pra andar de bicicleta e uma boa conversa possam resolver sem maiores prejuízos uma questão disciplinar. Ainda, sei que eles têm o poder de compreender o que se fala e podem mesmo, desde muito cedo, aprender a se colocar e a argumentar.

Eu aprendi com meu primogênito que eles são pessoas distintas e completamente diferentes de mim, com todas as características fisiológicas, emocionais, espirituais e mentais diferentes das minhas. Mesmo que em alguns momentos sejamos muito semelhantes, mesmo que fisicamente sejamos parecidos. Eles são OUTRAs pessoas. E é a partir disso que saio pra construir a minha relação com eles. Sei cotidianamente da minha responsabilidade na sua formação, compreendo que é a partir de mim e da forma como mostro o mundo a eles, como digo e ajo, como eles vêem que são as relações humanas é que eles vão se construir.

Isso exige mais tempo e paciência, torna mais lenta a resolução dos problemas do dia-a-dia, pede que eu tenha mais poder de argumentação e compreenda melhor cada fase de cada um dos meus filhos. Isso tem como pré-requisito a minha capacidade de ouvi-los também, porque esse caminho não tem como única função a repressão ou o pagamento de uma dívida por mau comportamento. Indo por ai, posso confessar que já descobri mais de cada um deles e de mim do que eu poderia imaginar.

Para o psicanalista, professor do Departamento de Fundamentos da Educação (UEM) e doutorando na Faculdade de Educação (USP) Raymundo de Lima: "Educam bem os que usam bem as palavras e atos, acompanhados de olho-no-olho, de silêncio grávido de sentido.(...) Pais que falam palavras vazias, que fingem ser ‘amigões’, abdicando de sua autoridade de pais, podem estar cometendo uma fraude educativa. (...)Equilibrar palavras e atos assertivos, sem recorrer o uso de violência física, é fazer da educação uma arte e nova ética para uma nova geração que poderá ser mais democrática e mais feliz. "

E eu assino embaixo.



terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Fifi & Cocó

Oi, amores.
Quase uma semana sem postar...minha família ta toda derrubada por causa de um vírus louco que contamina tudo e todos durante 21 dias...o tal do rotavírus.
Não bastasse vovó, que deve ter alta do hospital hoje, "papai, mamãe, titia, cachorro, gato, galinha, família"...ta todo mundo de cama, literalmente. Entonces, eu mergulhei na Equinácea, que eu não sou besta, e fiquei enfermeirando.
Hoje tive uma folguinha e vim ver vocês.
Oi, Rominha. Tô viva, amore. Brigada pelos docinhos.

***

O Antônio Caetano, do Café Impresso, importou a polêmica do Intelligent Desing. Leiam que é fantástico, intrigante e coisa e tal. Eu a-m-e-i.

A Roma escreveu uma Saga...a da Maricotinha...corram lá!

E o Jerico viajou pro inverno Candense??? Foi pra Turquia em meio ao surto de febre do frango??? Ta na Bahia correndo do mosquito da Dengue??? Ta pegando uma onda na enchente em Mosqueiro???Alguém sabe???Alguém viu???


***

E o Verão resolveu invadir a minha terra. Brasília com céu azul, calor e muuuuuuuuuito sol. Graças a Deus, que o espírito tava embolorando.
Ontem levei o filhote pra piscina, de tarde. Uma horinha de farra ao sol e tcharã: tamos pretinhos. Assim, queimadinhos. Aliás, douradinhos. Quer dizer, pegamos uma corzinha diferente do amarelo pardacento. Ah, cês entenderam, vai!

***

Tô terminando o "Quase Tudo", livro da Danuza Leão. Aquela, irmã da Nara, que foi casada com o Samuel Weiner, mãe da Pinky, sabe?
Pois é. Ela viveu de tudo um pouco, dos anos 50 pra cá. É interesante, escrito numa linguagem bem coloquial, bem relax, como se ela estivesse sentada num café te contando a vida.
Deve ser por isso que a minha veia "Fifi & Cocó"* não me deixa em paz enquanto não acabar o dito cujo. Mas até agora ela foi elegantézima. Não contou quem fez aquela "prástica" e de fofoca mesmo só tem a história da calça dourada que a Kim Novak roubou dela. hahahaha. O resto pode até parecer fofoca, mas num é.
Tem um povo incensando a moça, dizendo que ela escreve bem pra caramba e tudo mais. Não é bem assim, mas relaxem e leiam que vale a pena ver, pelos olhos de uma mulher, tudo que aconteceu nesse país nos últimos 50 e tantos anos.

***

UHUUUU!

Meus amigos 'tão voltando pra casa. Não que eu não quisesse que eles tivessem uns dias de iodo grátis...mas é que essa cidade, em janeiro, debaixo de chuva ( "...a minha alma geme"), sem vocês, tava um in-fer-no!
Que nada. Inferno é animadíssimo perto disso aqui. Pra manter a linha da comparação, digamos que eu fiquei no Limbo por quase 3 semanas...e isso num se faz. Convenhamos.

Welcome back, amorecos de mi corazón!!!!


***

"Não existe o pecado do osso, só o da carne, então, se cuida, beibe"! by Fifi, parceira de Cocó, há poucos minutos ao telefone.

* Fifi & Cocó, copyright do Tio Clarinhos pra nomear Ana Felícia(mulher dele) e eu, que andamos "meio" grudadas nos últimos tempos.
Segundo ele e como podemos facilmente imaginar, tratavam-se de duas velhinhas lá de Aráras-RJ, que andavam coladas e tomavam conta da vida alheia. À título de esclarecimento, nos encaixamos apenas no segundo caso: grudadas, tá certo?
Que velhinhas e fofoqueiras são as vossas vovozinhas!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Insanidades...

Os meus sonhos, esse território foggy & pantanoso. Cada vez que acordo e me lembro, me espanto mais .
Essa noite, eu era um desenho animado.
Fui sendo criada aos pouquinhos e o meu criador era uma pessoa do meu passado-presente.
Era uma sensação de prazer, a de ser desenhada, mas assustadora também.
Eu via/sentia o traço surgir, mas ao mesmo tempo temia que em algum pedaço de mim ele errasse, mudasse de idéia e fizesse de mim uma outra que não seria eu.
E se ele resolvesse me dar o nariz na mãe, os olhos da irmã, as pernas da vizinha, a bunda da ex-namorada?
Podia até ficar bom esse mix...mas dava a sensação ácida de que isso mudaria toda a minha vida.E foi um misto de prazer e sofrimento até o final, quando sai do papel e era eu mesma.
Era, sim. Me reconheci em cada centímetro desenhado por ele, com tudo que sempre foi meu... mas eu era dele e não de mim.
E foi daí que abri os olhos com Rayuela*, do Cortázar, na cabeça.
E procurei a parte que me remetia ao sonho. E é essa:

O Jogo da Amarelinha*

"Toco a sua boca, com um dedo toco o contorno da sua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a sua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e desenha no seu rosto, e que por um acaso que não procuro compreender coincide exatamente com a sua boca, que sorri debaixo daquela que a minha mão desenha em você.

Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, sobrepõem-se, e os cíclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, acariciar lentamente a profundidade do seu cabelo, enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água."

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Praying




Essa com a sacola no colo é minha avó Lucymar, uma mocoronga "lerítima"!
É isso mesmo, ela nasceu em Santarém, lá no Pará.
Dona Lucica tem 85 aninhos e agora, neste momento, está hospitalizada...um rota vírus pegou ela de jeito... e nessa idade, vocês sabem, até gripe é dose!
Entonces, meus queridos, ergam seus corações, orações e pedidos, send the positive vibration para ela continuar essa mulher cheia de força, vida, toda independente, tomando conta da vidinha dela, como sempre foi, até hoje.

Amém!

E ainda por cima pra que ela use bem o presentinho que tá ali no colo dela: um conjuntinho de calcinha e sutiã de abalar Bangu! Que ela a-m-o-u!!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

"O índio é uma pessoa"

...cês não sabiam?!!!

Pois o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, minimizou ontem o fato de índios terem participado de exercícios das Forças Especiais do Exército. A denúncia, publicada neste fim de semana pelo jornal “Extra”, está sendo investigada pelo Ministério Público Federal. Alencar considerou normal os indígenas participarem desse tipo de treinamento.

"— Não vejo por que tenhamos que ficar tão horrorizados com o fato de os índios participarem espontaneamente de trabalhos de treinamento do Exército na Amazônia. Oh, meu Deus, não há razão para nós nos preocuparmos com isso — disse, acrescentando que a iniciativa parte dos própios índios. "

E para fechar a filosofagem com chavinha de ouro, tascou essa:

"— Eu digo que o índio é até mais brasileiro do que nós. Porque o índio é nativo. Agora, o índio é uma pessoa. "

Pra quem achava que depois do Magri com seu "Cachorro é ser humano" não podia surgir nada pior... Tomô?!

2007 vem ai, lálá lálálálá!

Meu amigo Ferdy me manda um email em resposta ao meu post de ontem, sobre a minha sensação de não ter acabado 2005...

"Belinha, de 2005 eu nem me lembro mais!
Sinto profundamente dizer que você está enganada em relação a uma única coisa: o ano que praticamente acabou é este mesmo, 2006!

Copa do Mundo, eleições... Quando abrirmos os olhos já estaremos em novembro, fazendo planos para o Reveillón de 2007 (e seu aniversário de novo).

O negócio então é aproveitar muito cada bate-papo, festa, boteco com os amigos, almoços com a família, discussões por e-mail, comemorar como se deve - e como você merece - seu aniversário... etc e tal. Mas chega de papo de livro de auto-ajuda e vamos ao que interessa:

Carnaval - 25, 26, 27 e 28 de FEVEREIRO (ôpa, cabe uma viagenzinha aqui!..)
Páscoa - 14, 15 e 16 de ABRIL ( aqui também!..)
Tiradentes (21.04) - cai numa SEXTA (YES!)
1º de Maio - cai numa SEGUNDA (até agora tá maravilhoso!!! E nem chegou a Copa)
Corpus Christi - 15, 16, 17 e 18 de JUNHO (para onde vamos mesmo?!)
7 de setembro - QUINTA (emenda?!)
12 de outubro - QUINTA (emenda?!)
Finados (02.11) - QUINTA (emenda?!)
15 de novembro - QUARTA
Consciência Negra (20.11) - SEGUNDA
Natal - de domingo pra segunda
Ano Novo - de domingo pra segunda

Tá bom ou tá mais ou menos o ano?
E tem mais!!!

13.06 (terça) - Brasil x Croácia, às 16h00
18.06 (dom) - Brasil x Austrália, às 13h00
22.06 (quinta) - Japão x Brasil, às 16h00
OITAVA - 27.06 (terça), às 12h00
QUARTA - 01.07 (sáb), às 16h00
SEMIFINAL - 05.07 (qua), às 16h00
FINAL - 09.07 (dom), às 15h00

FELIZ ANO NOVO!!!! "

Dá pra acreditar?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Casa de mamãe Y otras cositas más

A casa da mamãe é linda! Afastada do centro, uns 25 km pra chegar aqui...
É um pedacinho do céu no planalto central, um oásis na seca, uma lindeza! Gostosa, aconchegante, de-li-ci-o-sa...na beira do lago...huumm!
Mas eu num sei viver sem os avanços tecnológicos de que eu disponho no meu modesto apartamento!
Ai socorro!!! será que um dia eu troco isso por colinho de mãe???
hahahahaha. Já troquei, né? Tô aqui...por isso o meu afastamento provisório do meu bloguizinho, viu?
Quarta-feira estarei de volta à minha casinha, no meio da cidade, com uma graaande janela pro verde e com o meu computadorzinho lindinho, com banda larguinha, que me deixa postar toda vez que eu tenho vontade.
Aguardem as novidades.

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saudade rôxa...uma coisa assim... rôxa!
Nada de tons pastéis, cores animadoras, nananina
Rôxa mesmo!
E com um complemento pesado, tipo âncora, bigorna, betoneira, nada sutil.
E gi-gan-te! ...do tamanho da Tour Eiffel, do Maracanã, da Transamazônica...
Buááááááá!

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E segurem-se que a pilota sumiu e meu ego ta desgovernado pela blogosfera!
Ela, ela...a Falzoca, a mais "diliça do praneta", acaba de me citar. E como se num bastasse, me linkar! Me 'guentem que eu tô "impossívís"!

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Queridos, obrigada por todos os emails, comments, scraps e coisa e tal que vcs me mandaram de aniversário! Amei, amei!
Eu que sou mei' lenta e demoro dez dias pra agradecer! hehehehe
Mas é que, de verdade, num parece que esse ano já é 2006!
Eu ainda tô no final do ano passado...será que lá pra julho eu caio de para-quedas no ano novo?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Manias

A Janaina começou com essa coisa de listar as manias...eu resolvi transformar em brincadeira, mas uma brincadeira de falar a verdade.

Então, posto as minhas e espero que vc faça a sua listinha...porque só de coisas bonitinhas e saudáveis ninguém vive, né mesmo?

Então, bora lá, ver que tipo de manias a Dona Bela tem...humhum.

Dormir com uma luzinha acesa e sempre de edredon. Acordar cedo. Óculos e relógios. Brincos e anéis. Sapatos. Cremes, óleos e afins. Temperos de todos os tipos e nacionalidades. Livros & sites de Chefs/receitas. Comidas diferentes. Água. Papéis com anotações que eu nem sempre sei pra que foi mesmo que eu guardei. Matutar. Agarrar os filhos. Beliscar as amigas. Beijar e abraçar. Cafuné (que me façam!) e ninar os amados. Rir. Café & Chocolate. Computador. Música. Livros (mesmo na prateleira eles me fazem bem. Um lugar sem livros é no mínimo estranho). Sorine. Salada. Jornais e revistas. Cozinhar. Colo. Tomar banho sem lavar os cabelos é im-pra-ti-cá-vel! Água de colônia. Dirigir ouvindo música e cantando, quase sempre. Bater 3 X na madeira quando penso ou falo alguma coisa ruim. Orar. Novela. Ler antes de dormir. Comer fruta de manhã. Olhar os filhos dormindo. Olhar primeiro pro céu e depois pro espelho de manhã. ...e se eu pensar mais um tiquinho eu encho essa página de manias mais ou menos bestas...que eu tenho muitas! hahahahaha

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Notícias de Bela & o Jogo de Arcibel

Oi, gente!
Um 2006 Duca pra todo mundo!
Um ano novo de verdade, nas aspirações, desejos, esperanças e probabilidades e nas coisinhas internas de cada um. Meu novo jargão é "3.4 turbodiesel: eficiente & poderosa pras boas coisas e beeeem econômica pras adversidades". ;0)

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Brasília nessa época é uma cidade propícia pro acasalamento, namorico, pras atividades "into the room", podendo alcançar a incrível variante de "over the table, with the windows well closed" e sem as crianças em casa, obviamente. O problema é para onde mandá-las, já que os parques e clubes ficam desertos nesse clima de inverno e de convites para shopping, eu declino. Agora, se a pessoa anda desacompanhada a dica é ler, assitir, escutar e matutar até mais não poder. E ainda, cozinhar, comer, dormir e tomar banho quente de banheira (única atividade aquática possível na temporada). E se você só tem como companhia o seu filho de recém completados 4 anos, minha filha, você fica retardada na tentativa de consolar o pequeno sem atividades ao ar livre e entra de corpo e alma nos jogos, livros, filmes e brincadeiras infatis, sem mencionar a música (depois de cantar "Punct Plact Zum" 33 vezes a plenos pulmões)... a sensação é que você é uma criatura mais feliz, mas o cérebro deu uma encolhidinha básica.

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Bom voltando à vida adulta, eu li a coluna dele hoje e senti que tinha que me retratar. Normalmente tenho algumas reticências sobre o que ele escreve, mas esse filme é muito bom e a comparação foi muuuito feliz!
E tem mais, eu ando aplaudindo de pé o cinema "from outside North America", a não ser em casos óbvios de megaultraproduções a la Narnia, King Kong e os desenhos PixelXDisney. Porque se você não tem um cérebro e tudo o que deseja é um entretenimento multimilionário, voilá, é o que você terá vindo das terras do tio Bush.

Clóvis Rossi na Folha de SP, hoje:

O jogo de Lula e Arcibel

SÃO PAULO - O médico-psiquiatra Daniel Barros, do Núcleo de Psiquiatria Forense do Instituto de Psiquiatria (Hospital das Clínicas de São Paulo), analisa a possibilidade de recandidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à luz do filme "O Jogo de Arcibel", do argentino Alberto Lecchi.Não vi o filme, mas o leitor esclarece que se trata da história de Arcibel, preso injustamente num fictício país latino-americano chamado Miranda, governado por um ditador.Arcibel inventa na cadeia um jogo tipo "War", que disputa com seu companheiro de cela, Pablo, até que este foge. Pablo passa a usar as táticas do jogo na guerrilha contra o ditador, até derrubá-lo.Quando a guerrilha está correndo solta, um general do governo vai até a prisão para que Arcibel o ensine a jogar, a fim de poder enfrentar Pablo, prossegue o relato.Completa Daniel: "O que me levou a escrever foi uma cena desse momento do filme. O general não entende a disparidade que encontra entre duas cartas: 1) "Tropas do governo matam civis e perdem apoio popular. Os EUA retiram o apoio -o jogador perde mil pontos"; 2) "Milícias da guerrilha matam civis e perdem apoio popular -o jogador perde o jogo".O general questiona o por quê de punições tão diferentes -um lado só perde mil pontos enquanto o outro perde o jogo.O leitor fecha assim o raciocínio: "É então que Arcibel dá uma resposta que deveria pesar na decisão de Lula de disputar ou não a reeleição: "Quando quem diz que vai mudar tudo age como quem não quer mudar nada, é melhor parar de jogar". Duvido que Lula tenha visto o filme, ou, se o fez, que tire alguma correlação. Mas a analogia do leitor me pareceu perfeita, além de infinitamente mais rica do que as cansativas metáforas presidenciais.
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Sabe Banzo? Poizé...bem parecido com isso.
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Roma, Lu, Mi, Beths, André, Afonso, Antônio, Ina, Lu2, Angelíssima, Fla, Patty...sôdades, viu?
Hoje eu faço a atualização do meu cabeção, do meu espírito e do meu coração. Vou ler vocês toooodooooss!
ps: se vc chegou agora e não sabe quem são essas criaturas de-li-ci-o-sas, olhem ali do lado nos BLOGS AMIGOS.