quarta-feira, 12 de setembro de 2007

I'm oh so tired!

Os assuntos rodam, rodam e caem no mesmo lugar. Se você não comentar, ao menos por alto, o World Trade Center e o novo recadinho do terrorista, você é um alienado.

Galheiros não foi cassado, neam?


Se não sabe que vem ai um novo e repetitivo e mais do mesmo BBB, se não se pergunta Quem matou a Thais (segundo o Arthur, a Paula que morreu Achei ótema opção!)...allooowww, a que país vc pertence?

Ai, credo.

Eu sou da República da Botocúndia, muito prazer!

Cabô-se a Caleidoscópica.

De hoje em diante, eu vivo em outro lugar.

Este blogue se morió!

Me chame de BOCOIÓLA
que eu atendo de pronto.



sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Luiz & Aninha

Eu vi o momento exato em que ele deixou o coração cair. Era um movimento espiralado, frenético, incontrolável, quase convulso.

Ele era mais um dos muitos moços sentados naquele bar. Copos cheios de álcool, corações despretensiosos, mentes rápidas, conversas divertidas e muitas gargalhadas entrecortadas pela tosse de um dos amigos que teimava em ter a boca cheia de líquido toda vez que um dos outros falava uma bobagem(né, Julio César?). Era uma mesa divertida, sem dúvida. E muitas outras ao redor padeciam de falta de graça, de pouco ânimo e de alguma inveja do grupo.

Luiz sempre foi o mais calado, observador e ácido dos sete. E também o mais sossegado no quesito mulher. Dado a longos namoros e sofridos finais, com mais sofridas ainda recuperações de longuíssimo prazo, sempre fez questão de não cantar uma mulher. “Isso é degradante. Humilhante pra ela e pra mim. Além de ser coisa de quem só quer tripudiar”, dizia sempre.

Luiz levava meses a fio num embate muito particular, até conseguir transparecer à escolhida o seu afeto. Optava por longas conversas, sem nenhuma segunda intenção que não fosse a de realmente conhecer a criatura. O assunto podia ser a novela das oito, o modus operandi do Conselho de Ética, rock ‘n’ roll ou sua paixão desmesurada por Dostoievski. Discutia de tudo um pouco com a moça, sempre longa e pacientemente.

Quanto às candidatas, quando alguma dúvida - o que era raro – surgia sobre o comportamento interessado do moço e a mim era direcionada alguma pergunta, eu só dizia pra ter calma(quando EU achava que a menina valia a pena. Caso contrário me fazia de doida e mudava de assunto, sem responder... Ou mandava a peça partir pro ataque: método infalível pra ele sair correndo.). É que não se devia esperar dele uma atitude passional, não nessa primeira instância.

Bom, voltando ao bar, eu que estava distraidíssima, no meio de um papo, do nada, no meio da zorra que imperava, a vi passar. Uma moça bonita muito ruiva - daquele tom alaranjado de ruivo que só pode ser de nascença - muito bem vestida, discreta, altiva e recatada até, perto dos modelitos femininos noturnos, digamos assim. Ela ficou de pé no balcão, esperando a mesa.

Luiz descia tranquilamente as escadas na volta do banheiro e parou congelado, faltando 4 ou 5 degraus pro final. E ficou, encostado ao corrimão, por um bom tempo, no meio do empurra-empurra, do barulho, da agitação...com o coração literalmente na mão, sem tirar os olhos da ruiva. Eu via, de longe, o coração dele bater descompassado.

Dez minutos depois, ele ainda ali, sem piscar. De repente, olhou pra nossa mesa, querendo que ninguém estivesse acompanhado o que ele passava e deu de cara comigo. Abriu um sorriso lindo e nervoso, me mandou um beijo com a ponta do dedo indicador, me pediu confidência e silêncio, apontou pra moça ruivinha e levantou o dedão, aprovando o que via. E terminou de descer os degraus.

“Oi, eu sou o Luiz. Sou daltônico e, apesar de todos os meus esforços contrários, eu sabia que e um dia isso ia determinar o meu futuro.”

Com toda a graça, soltou e deixou cair o coração.

Mas ela segurou, embalou, acolheu e tem cuidado dele muito bem...há 5 anos!





Luiz, meu querido, parabéns pelo noivado com a ruivinha mais linda deste mundo!

Fico muito, muito feliz de ter sido espectadora dos primeiríssimos capítulos! ;o)




Todo amor e toda sorte!





quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Fragmentos de sêca e poesia




Eu sou influenciável, suscetível, permeável.


Por isso, nessa sêca que não acaba, eu vou sentindo as coisas assim:


(...)


E a quaresmeira atrasada
Colore a alma descompassada

(...)



Chega setembro
O céu azuleja

A Chuva não vem
A gente peleja

O ar arrefece
A alma lateja

Se água cair
A gente festeja



E é assim que eu ouço rádio em tempo de seca:


“Ressentimentos passam com o tempo”
Sentimento de Paina


“My lover stands on goldens sands and watches the ships”
Inveja de Argila


“Tudo tudo tudo vai dar pé”
Fé de Ipê Roxo
***
Tem Acalantos, lá na Bocoióla hoje.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Pra falar só bestagem

Poizé,
eu não sei porquê, exatamente, mas um dos meus apelidos em casa é esse, que dá título ao meu novo Blogue.

Vão lá ver: BOCOIÓLA

Post auto-explicativo pros coleguinhas inquiridores e cri-cris de plantão


(o estimulante ambiente de redação de jornal)

Eu sou blogueira, sim. E daí?
Tem dois anos.
Além do mais, eu já to é cansada dessa vossa egotrip jornalística/publicitária/marqueteira, sabe?
Uma linha lowprofile é tão mais confortável e relaxada, concorda?
Ah, eu gosto de falar de tudo... Do que me toca, me incomoda, me irrita, me enleva.
Pra quem quiser, oras.
Este é o meio mais criativo e democrático que tem.
Quem vem aqui, lê, se emociona, dá risada, troca idéia, elogia, critica, acrescenta e, se quiser, volta. Se não, tudo bem também.
E é um regime engraçado, na verdade, porque eu sou dona e senhora do pedaço, falo sobre o que quero, quando escolho, na hora que me dá na telha e sem a necessidade de retomar o assunto, aprofundar, repercutir(blergh). Eu posso ser muy profunda ou rasa como um pires.
...Mas você escolhe se volta ou não. Legal, né?

O bom é que tô em casa. Aqui eu ando descalça, sento de perna de índio em cima da cadeira, abraço uma almofada e digo assim:" Senta ai! Toma um café".

Na verdade, eu só queria registrar que me cansei desse blábláblá(e olha que eu achei que daí podia nascer uma bela discussão de alto nível. Tolinha, eu?) decepcionante entre Estadão(representante dos jornalistas “de fato” shivering?) e blogueiros (pretensos jornalistas ou “macacos levadores de novidade”, como o tal jornal queria acreditar?).

Ah, gente, sinceramente, cada macaco no seu galho!

Eu não vou defender a isenção e o profissionalismo dos colegas da mídia de papel/webagências/rádio e TV, na atualidade, porque todos nós sabemos que seriedade, função social e fato não têm andado de mãos dadas nem nas maiores empresas de comunicação, confere?

E quem tá no blog - nessa delícia de mundo diversificado, democrático e, quero crer respeitoso - pode se dar ao luxo de dizer a que veio, sem as amarras ideológico- finaceiro-partidárias dos grandes veículos de mídia. Pode de-li-rar, pirar o cabeção, fazer poesia, chutar a canela do vizinho chato, cantar em cima da mesa. E vai querer concorrer com jornalista podendo fazer tanta coisa melhor?

Vixiii, eu me canso rápido de chatice.

E ó, só vez por outra a gente fala sério. Aqui, no meu blogue (como defende belamente o Ivan Lessa), a gente fala mesmo é um tantão de bobagem, viu?



(possível redação de um blog)


Entonces, estando avisado do que se trata: Sê bem-vindo, amigo!



Quem se interessa pela discussão da Nova TV Pública, bota o dedo AQUI!

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Como enfartar a mãe em quatro atos...

... ou filhos vão muito além de “chupar gilete e beber xampu”!

Personagens Principais:

Canalha 2 - Caio

Canalha 1 - Victor
Personagens secundários - orbitam entre os dois:
Mãe
Dinda
Cenários:
Colégio do Caio
Casa da família
Casa dos avós
Roteiro:
ATO 1:

Sexta, fui buscar Caio (meu caçula – 5 anos) no colégio.

A menina (Ingrid) - pela qual ele já se derramou de amores, que inclusive mereceu dele uma carta de amor de própria lavra -
veio dedo-durar que ele havia “enforcado e arranhado a cara do Mateus”.

Caio empalideceu e fez que ia chorar. Não disse pa-la-vra!

Eu olhei pra vice-diretora, que estava ao lado, e perguntei a Ingrid se ela agora estava no lugar da professora, “porque quando a professora fica preocupada com o comportamento de algum aluno, ela costuma chamar a mãe pra conversar, não é? Engraçado que eu não recebi nenhum chamado dela. Você está me dando o recado da professora?”

Ela ficou muda e Mateus, a vítima, logo que viu os olhos de Caio se encherem de lágrimas, tomou a frente e veio contando que ele mesmo tinha chutado a canela de Caio primeiro, duas vezes.

Caio saiu da escola magoado, tristíssimo, chorando abraçado comigo. Mal entrou no carro, ainda enxugando as lágrimas, vira pra mim e diz: “Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando eu gostava dessa menina!”

(Corta pra mãe quase espocando de rir, tentando manter o mínimo de seriedade num momento tão duro. Afinal de contas, eu não podia esquecer que essa foi a primeira desilusão amorosa do meu filhote!)



ATO 2:

A gente estava lanchando enquanto passa a novela das sete:

Na TV: “Amiga, preciso tanto desabafar...”

Caio, fazendo voz de cabrón: “Desabafar é para maricas. Prefiro nem comentar!”.

(Corta para mãe, com o coração apertado, mas rolando de rir)


ATO 3:

Hoje fui levar a Lu (Dinda de Caio) pra almoçar na casa de meus pais. Eles já a conheciam de outros carnavais, mas ainda não sabiam que ele tinha escolhido e convidado a Lu para madrinha. No carro, eu fui dizendo que a gente ia contar pro vovô e pra vovó que ela agora era a Dinda dele.

Ele toma a frente e diz: “Não fui eu que escolhi? Então eu conto. Deixa comigo.”

Parei o carro na porta, ele abriu, deu a mão pra Lu, entrou na cozinha, cumprimentou os avós. Mostrou a Lu com o dedo e disse: “Só pra falar que ela é minha madinda, tá?
Agora vamos pra piscina!”

Ele sai pra pegar a toalha.

(uma pausa grave... mamãe, vovó e dinda rolando de rir!)


ATO 4:

Todo mundo na beira da piscina, neste domingão de sol e calor...relaxando, relaxando.

Victor, meu filho mais velho (13 anos), me cutuca e fala baixinho:

Victor: Mãe, sábado que vem eu tenho uma festa pra ir.

Eu: É, amor? De quem é?

Victor: ...de uma amiga...

Eu: Que amiga?

Victor: ...da sua xará.

Eu: ...sei. Que horas e onde?

Victor: No lago Norte, depois das nove da noite.

Eu: Tá bom. Eu te levo e te pego.

Victor: tá bem....

(pausa longuíssima...silêncio sepulcral)

...mas tem uma coisa...eu tenho que comprar um presente bem bonito pra ela... porque ela é minha namorada... E tá fazendo 15 anos!

(Cai o pano. No backstage, a mãe apopléctica sai correndo pra tomar um Lexotan)