Amanhã já é maio...
Maio é um mês com significados lindos...pra mim pelo menos.
Céu de maio, vento de maio...e, dia 10, eu comemoro 10 anos de namoro com meu marido!
Esse texto eu tinha lido há algum tempo e reencontrei hoje, no blog do Pedro Paulo Rangel, por causa de uma dica cultural das Duas Fridas.
Uia bem a volta que as coisas dão quando têm que cair no meu colo...
"Quando eu era mais jovem tudo fluía com muito ímpeto, mas nem sempre com mais beleza. "A afobação prejudica o amor", disse-me alguém um dia, e concordei muitos anos depois. A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura. Se alguém me amar na minha madureza, não será pela carne jovem, mas por alguma coisa além. Por isso, dentro de mim, aqui no fundo, amadurecer instaura uma nova liberdade. Se você me buscou é porque não exige de mim o que fui há vinte anos: mas quer o que posso ser agora, vê, com seus olhos também maduros, uma riqueza que prescinde do convencional. Isso é muito mais cálido e especial do que o amor dos quinze anos, quando ser feliz parecia apenas natural. Hoje, é um presente de maior requinte, e sei que posso lhe retribuir na mesma altura. Não tenho mais os olhos de menina, nem corpo de adolescente, e a pele translúcida há muito se manchou. Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura agranada pelos anos e o peso dos fardos bons e ruins. (Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.) O que posso te dar é mais que tudo o que perdi: dou-te os meus ganhos. A maturidade que consegue rir quando em outros tempos choraria, busca te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada. Posso dar-te muito mais do que beleza e juventude agora: esses dourados anos me ensinaram a amar melhor, com mais paciência e não menos ardor, a entender-te se precisas, a agradar-te quando vais, a dar-te o regaço de amante e colo de amiga, e sobretudo a força, que vem do aprendizado. Isso te posso dar: um mar antigo e confiável cujas marés, mesmo se fogem, retornam, cujas correntes ocultas não levam destroços mas o sonho interminável das sereias".
Canção da Plenitude - Lya Luft
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