Já reclamei, questionei, revoguei normas, descumpri acordos, quebrei promessas, neguei ter feito, desdisse o combinado, enganei gente crédula, passei pra trás espertinhos, menti descaradamente...já levei até o fim muitos votos, já respeitei alguém mais do que a mim, já me compadeci pelas dores alheias, já respeitei religiosamente normas de outrem, levei a cabo projetos, planos e combinações, abri mão de coisas minhas em prol de estranhos, respeitei a fé alheia, o sentimento alheio, a verdade alheia. Já quis muito ser aceita, admirada, fazer parte, ser do grupo...Já selecionei, escolhi, fui radical (e ainda sou muitas vezes). Já não quis e pulei fora, já desisti no meio do caminho, deixei pra lá, esqueci, deletei muita coisa e muita gente. Daí, fiquei com a impressão de que as coisas e pessoas que me acompanham há mais tempo têm uma ligação diferente comigo. Nada de obrigação, nada rigidamente estabelecido...uma coisa mais sutil, mais tênue...
Há um fio invisível que me liga a tudo que definitivamente me pertence aqui. É uma ligação perturbadora, pode ser dolorosa ou prazerosa, mas é sobretudo obrigatória, já que busco o aprimoramento e não nego ou fujo do que reconheço como sendo meu. Não compreendo na totalidade essa afirmação. Não racionalmente... mas sensorial e intuitivamente eu creio nisso. E não pense você que isso me veio depois da destilação de muita coisa. Isso me chegou como um raio, o famoso insight, o toque que desperta e faz matutar, sabe comé?
Há um fio invisível que me liga a tudo que definitivamente me pertence aqui. É uma ligação perturbadora, pode ser dolorosa ou prazerosa, mas é sobretudo obrigatória, já que busco o aprimoramento e não nego ou fujo do que reconheço como sendo meu. Não compreendo na totalidade essa afirmação. Não racionalmente... mas sensorial e intuitivamente eu creio nisso. E não pense você que isso me veio depois da destilação de muita coisa. Isso me chegou como um raio, o famoso insight, o toque que desperta e faz matutar, sabe comé?
Então, com esse climinha, o céu mais cinza do mundo, o ânimo mais do que foggy...eu sucumbi e me tornei meditabunda. Muda feito uma carmelita descalça, trabalhei usando uma quase paranormal capacidade de dizer o estritamente necessário, o que causou muito espanto e estranhamento aos que se acostumaram com minha constante gargalhada, o meu desembaraço e tagarelice.
Passei a tarde de ontem assim e acordei hoje ainda meio embriagada pelo verdadeiro porre espiritual e filosófico do dia anterior. E o mais engraçado é que isso me aconteceu numa hora de stress completo: correria de produção, milhões de telefonemas, menino fazendo arte final, gráfica enrolando orçamento, contatos enlouquecidos e interessados brigando por uma vaguinha no evento que já ta superlotado, um filho se preparando pra acampamento, outro filho sem aula quebrando a casa (de tarde, meu escritório é em casa)], empregada recém-convertida dizendo que não vem trabalhar no dia do evangélico...
Quer dizer que com a cabeça em lotação esgotada eu arranjei um jeito de pensar ainda nisso?
É beibes, isso responde pelo nome de multiplataforma. Ou de loucura mesmo. Como queira.
Mas foi bom que só vendo!
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Existe saudade futura? Existe, sim, tenho certeza.
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E sonho, gente? Que diabo de tanto sonho é esse ultimamente?
Tô acordando cansada, juro.
Ontem à noite eu escalei uma pedreira, andei hoooras sozinha no mato, no escuro, e vi o dia amanhecer chegando na cabeceira do rio dos Couros...mais real só seu tivesse saído da cama cheia de micuins!
E “Bora deixá de bestage” que o dia “ruge”.
E “Bora deixá de bestage” que o dia “ruge”.
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