E eu sonhei, depois de tanto tempo...na verdade apenas me recordei, pela manhã, que havia sonhado. E tive uma sensação boa, mas não sabia contar o sonho a ninguém.
E passei embriagada, metade da manhã, embalada pelos sentimentos do sonho.
Fui me lembrando, de uma cara ou duas, depois de três, mais quatro ou cinco e, na hora do almoço, já era um grupo grande de gente estranha, esquisita, vestida de um jeito sombrio, tomando bebidas escuras, num ambiente soturno. Mais olhavam que falavam e as expressões eram quase o tempo todo de espanto. Outras vezes, os olhares se cruzavam e eles esboçavam um sorriso, que não se confirmava.
Entrava gente normal, saia gente comum e eles lá, chamando atenção pelos tipos irregulares, nenhum parecido com o outro, a não ser pelo ar que destilavam: uma coisa brumosa.
De uma hora para outra, um dos sujeitos solta uma gargalhada sonora, aberta, luminosa, que vai tomando, um a um, aos que estavam naquela mesa. E o ambiente todo se deixa levar e nada mais há de lúgubre. Deixamos de estar num lugar debaixo da terra (eu não tinha dito que era um subsolo úmido? Pois era!) e passamos, num corte cinematográfico, para um alpendre fresco e iluminado. Onde todos andavam seminus e riam-se muito. Uma coisa bem bucólica (ai, que palavra cafona, deusulivre!).
Eu acordei, obviamente, sem saber disso tudo. Tivesse dormido como gente normal, tinha concluído essa mini-novela e não estaria agora me achando uma doida de pedra!
Ah, 'inda tem um detalhe, as caras tornavam-se tooodas conhecidas quando passávamos para o avarandado. É o quê isso?
Sinal de que não devo ter a menor noção de quem são as criaturas quando andam vestidinhas e sérias?
Só reconheço o povo nu e quando anda perdido de riso?
Hum... Faz algum sentido. Venha morar em Brasília que você vai ver lógica nessa análise. Num tô doida assim. Ou tô? hahahahahaha
***
Recebi emails reclamantes da minha abstinência política.
Amores, me economizem e poupem o meu trabalhinho, sim?
E ainda me ajudem a conservar o meu cargo, façavôr!
Da última vez que eu disse que só faltei contratar carro de som e vir dançando frevo de casa até aqui, porque num-sei-quem-lá tinha sido cassado, cês num sabem o tititi que rolou nessas plagas!
Mi-ni-no, eu estranhei que o povo tivesse mesmo tomando conta duma crise deste tamanho e não dando ouvido a uma garota, não muito séria, como vocês podem ver. Chamam de patrulha ideológica isso, né mesmo?
Portanto, querem saber o quê exatamente?
Perguntem por email que, se eu souber, eu respondo, visse?
E me deixem divagar sem compromisso, pufavô!
***
A Lu da Bela (porque nós éramos referência uma da outra! Eu atendia por Bela da Lu!), é minha amiga mais antiga. Quer dizer, é a minha amiga mais velha...não ficou bom...
É o seguinte, eu e ela nos conhecemos desde 1 aninho, quando as nossas mães adoravam ver aquela cena de uma bonitinha moreninha e uma bonitinha loirinha brincando juntas no parquinho da 305 sul. Portanto, lá se vão 33 aninhos, é mole?
Depois estudamos no mesmo colégio, aprontamos muitas, e nem todas tão boas assim, na adolescência. Iniciamos a vida adulta ainda acompanhadas uma pela outra, até que ela resolveu ir embora pros States. Lá, casou uma vez, descasou e casou de novo. Hoje vive feliz da vida, tá gravidíssima e me mandou um email reclamando que eu nunca falei dela aqui. Eu respondi que, mais dia menos dia, eu falaria. E não falei.
Só que ela ainda apostou comigo que o filho dela era homem. Eu disse que era mulher, haja vista a quantidade de moliéres naquela família e, mais do que isso, pela cara que ela ta de mãe de moça.
Pela 1ª ecografia, eu perdi.
A 1ª parte da aposta? Que eu respondesse ao último email via blog...fazer o quê, né? As outras partes são segredos de confessionário.
E passei embriagada, metade da manhã, embalada pelos sentimentos do sonho.
Fui me lembrando, de uma cara ou duas, depois de três, mais quatro ou cinco e, na hora do almoço, já era um grupo grande de gente estranha, esquisita, vestida de um jeito sombrio, tomando bebidas escuras, num ambiente soturno. Mais olhavam que falavam e as expressões eram quase o tempo todo de espanto. Outras vezes, os olhares se cruzavam e eles esboçavam um sorriso, que não se confirmava.
Entrava gente normal, saia gente comum e eles lá, chamando atenção pelos tipos irregulares, nenhum parecido com o outro, a não ser pelo ar que destilavam: uma coisa brumosa.
De uma hora para outra, um dos sujeitos solta uma gargalhada sonora, aberta, luminosa, que vai tomando, um a um, aos que estavam naquela mesa. E o ambiente todo se deixa levar e nada mais há de lúgubre. Deixamos de estar num lugar debaixo da terra (eu não tinha dito que era um subsolo úmido? Pois era!) e passamos, num corte cinematográfico, para um alpendre fresco e iluminado. Onde todos andavam seminus e riam-se muito. Uma coisa bem bucólica (ai, que palavra cafona, deusulivre!).
Eu acordei, obviamente, sem saber disso tudo. Tivesse dormido como gente normal, tinha concluído essa mini-novela e não estaria agora me achando uma doida de pedra!
Ah, 'inda tem um detalhe, as caras tornavam-se tooodas conhecidas quando passávamos para o avarandado. É o quê isso?
Sinal de que não devo ter a menor noção de quem são as criaturas quando andam vestidinhas e sérias?
Só reconheço o povo nu e quando anda perdido de riso?
Hum... Faz algum sentido. Venha morar em Brasília que você vai ver lógica nessa análise. Num tô doida assim. Ou tô? hahahahahaha
***
Recebi emails reclamantes da minha abstinência política.
Amores, me economizem e poupem o meu trabalhinho, sim?
E ainda me ajudem a conservar o meu cargo, façavôr!
Da última vez que eu disse que só faltei contratar carro de som e vir dançando frevo de casa até aqui, porque num-sei-quem-lá tinha sido cassado, cês num sabem o tititi que rolou nessas plagas!
Mi-ni-no, eu estranhei que o povo tivesse mesmo tomando conta duma crise deste tamanho e não dando ouvido a uma garota, não muito séria, como vocês podem ver. Chamam de patrulha ideológica isso, né mesmo?
Portanto, querem saber o quê exatamente?
Perguntem por email que, se eu souber, eu respondo, visse?
E me deixem divagar sem compromisso, pufavô!
***
A Lu da Bela (porque nós éramos referência uma da outra! Eu atendia por Bela da Lu!), é minha amiga mais antiga. Quer dizer, é a minha amiga mais velha...não ficou bom...
É o seguinte, eu e ela nos conhecemos desde 1 aninho, quando as nossas mães adoravam ver aquela cena de uma bonitinha moreninha e uma bonitinha loirinha brincando juntas no parquinho da 305 sul. Portanto, lá se vão 33 aninhos, é mole?
Depois estudamos no mesmo colégio, aprontamos muitas, e nem todas tão boas assim, na adolescência. Iniciamos a vida adulta ainda acompanhadas uma pela outra, até que ela resolveu ir embora pros States. Lá, casou uma vez, descasou e casou de novo. Hoje vive feliz da vida, tá gravidíssima e me mandou um email reclamando que eu nunca falei dela aqui. Eu respondi que, mais dia menos dia, eu falaria. E não falei.
Só que ela ainda apostou comigo que o filho dela era homem. Eu disse que era mulher, haja vista a quantidade de moliéres naquela família e, mais do que isso, pela cara que ela ta de mãe de moça.
Pela 1ª ecografia, eu perdi.
A 1ª parte da aposta? Que eu respondesse ao último email via blog...fazer o quê, né? As outras partes são segredos de confessionário.
Cês não precisam ler, to falando sério!
Oi, Lu da Bela!
Eu ainda não botei muita fé nesse exame...cê sabe que esses caras chutam pra caramba, né? Do meu “puruto”, me disseram que era menininha, na 1ª eco tb...depois, t’aqui o cara!
Ainda bem que eu não saí na fúria de fazer enxoval. Portanto, não faça isso tb! Espere a segunda pra ter certeza. Ou saia e compre umas coisas basiquinhas em cores normaizinhas, já que essa moda de menina toda de rosa e menino todo de azul tb não existe!
Eu?
Eu ando vivendo bem e cada vez melhor. Trabalho não falta: filhos, casa, marido, “silviço”. Os meninos estão na fase mais teimosa e irritante do planeta, mas, o que consola é que um dia acaba. E, então, eles serão lindos e fofos e deliciosos e bem educados! Será?
Olha, esse ultimo item dá uma mão-de-obra sem tamanho. Não diga que eu não avisei!
Isso sem falar nas moçoilas que já andam se dando bem com o mais velho e que, em breve, virarão a cabeça do pobre e farão dele o ser mais feliz e mais miserável do planeta!
Eu acho que não tô preparada, juro!
Da primeira vez que ele me contou, eu passei a noite insone, querendo saber onde tinha ido parar o meu menininho...eu sou bocó, vc sabe.
Prazeres também não têm me faltado. Bons amigos sempre perto, boas comidas, bons livros, bons filmes, boas risadas, carinho da família...embora a gente seja um bicho estranho mesmo e sempre dê um jeito de botar um defeitinho aqui, descolar uma lacuninha acolá, dar de cara com uma frustraçãozinha logo adiante, mas isso não tem me incomodado.
Eu?
Eu to bem. Comendo bem; dormindo pouco, mas bem; trabalhando muito; em dia com a minha saúde; tomando conta das minhas compulsões; vigiando meus vícios; corrigindo a postura; cuidando dos dentes, do corpo, da pele e do cabelo. Aquele papo de cuidar bem do templo, tá sabendo? Hahahaha
Tratando de tentar mobiliar a cabeça, compreender melhor quem e o quê tá perto, sentindo falta de quem tá longe, tentando alumiar o espírito e não cair em tentação!
Mas esse capítulo da tentação a gente já desenvolveu até enjoar...vamos deixar pra lá!
Afinal, esse email é publico, sua chata!
Como disse alguém, de quem não vou me lembrar, o negócio é “manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração feliz”. Se bem que essa mente quieta me dá uma sensação de coisa que embolora, dá mofo...Então, a minha frase deve ser: “manter a espinha ereta, a mente inquieta e o coração feliz!”.
Ah, estranhou que eu não saiba de quem é a citação?! Esse é outro avanço...da idade, né, Lu?
Não sei mais os meus contatos de cor, ando abraçada ao celular e à agenda, senão a coisa desanda! Mas isso não se deve só ao meu alemãozinho. O advento dessas modernidades prejudicou bastante os meus processos de memória!
Eu?
Eu ando desiludida como o quê com essa lambança governamental, sem fé nenhuma nos homi. Confesso que tava achando tudo isso uma tristeza só, mas depois entendi que esse talvez seja o momento da virada, a hora de acordar, de fazer alguma coisa que eu ainda não fiz.
Meus projetos estão consolidados e, agora, ta se aproximando a hora de partir pra uma coisa nova...outra vez! Eba!
O quê? Ainda não sei, mas to matutando.
Eu definitivamente não ando me entendendo bem com aquela nossa amiga. Ela ta numa fase impossível!
Agora, acha que o melhor da vida é consumir. Qualquer coisa cara e fashion, que vc sabe em que nível de peruagem ela se encontra, né, amor? A última dela foi um carro que ela não quer nem andar! Fica pedindo pra gente ir buscá-la...não agüento!
Mas há de passar.
Quê mais? Eu quero que você esteja aqui em Maio deste ano.
Por quê?
Porque temos o que comemorar: 10 anos de casamento e 40 anos do André. Duas proezas!
Então, venha.
Eu paguei o mico de escrever email pra você no blog, tá paga a aposta.
Agora, venha!
Muitos beijos em vc, no maridón e na barriga
Amor
Bela da Lu
ps: o tal do físico indiano deu uns nozinhos aqui. Tô enrolada...vou ter que ler mais sobre o assunto. ;o) Você sabe alguma coisa sobre os peptídeos e aquela coisa de receptores? Dá uma luz ai!
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