domingo, 16 de julho de 2006

Domingo


Engraçado como as coisas e os sentimentos têm uma intersecção.
O dia e a noite, a chuva e o sol,
o calor e o frio, montanhas e praias,
campos verdes e terra vermelha com árvores retorcidas.
Tristeza, melancolia, alegria, medo,
insegurança ou um sentimento de felicidade e completude.
Uma cozinha antiga, uma sala muito branca com o sol entrando pelas janelas, um quarto amarelinho com cama desfeita, friozinho de inverno.
Um garoto correndo e falando desde cedo,
um adolescente sonolento concentrado num livro,
o rádio que parece mais uma anteninha inteligente
escolhendo as músicas sintonizadas com estado de espírito da casa.
Um telefone que toca,
uma chuva inesperada que cai bem naquela hora.
Um vento gelado que teima em correr.
Depois,
um beijo morno de filho,
um edredon,
comédia em preto e branco,
pé com pé.
E, de repente, sol.
No lago espelhado,
um veleiro majestoso passeia
na calma falta de vento.

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Eu ando estranhando a falta de naturalidade das pessoas.
Como dizia Vinícius, o grande negócio é ser simples.


Falando nele, eu ganhei o DVD do filme e não me canso de assistir... e rir e chorar todas as vezes.