quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Zen? Sei!


Silêncio, sossego, tranqüilidade, calma, movimentos leves e lentos.
Muito livro, muita poesia (pra curar), muita música, muito filme.
Comidas levíssimas, frutas e verduras em abundância.
Bastante chazinho. Água exageradamente.
Acupuntura.
Era pra eu estar zen, né?
Sei...

***

Nessa quietude induzida, vem uma quase obrigatória reflexão dos hábitos, das maneiras de se ver e lidar do cotidiano. Angústia e impaciência passam de leve. Mas a teimosia faz com que a matutação siga adiante. E lá vêm, em filinha indiana, os erros, as faltas, os excessos (oh, God!). Talvez por isso eu tenha que estar assim. Tenho uma sensação de que quando não me resolvo por bem, “há males que vem pra alguém” e eu termino abrigada a... sabe como?

‘Eu tenho o péssimo costume de me deixar levar pelo ritmo’, penso...mas que nada, quem conduz a dança não sou eu?

‘Adoro cozinhar, como vou deixar de comer laticínios? Sem manteiga não tem receita que preste!’ E, em 5 dias de dieta, pude experimentar coisas deliciosas sem nenhuma gordura.

‘O que vai acontecer com essa casa e com essa família sem mim? ’...e os filhos foram pra casa da avó, a vida continuou acontecendo, a casa continuou funcionando...e eu deitada da silva vendo o bonde passar.

Não sei, não...mas com esse resguardo ficam pra trás: o meu sentimento de onipotência, a sensação de ser insubstituível, os cuidados extremados, a exigência de ser sempre minha a decisão.

E ficam as certezas: de que os meninos estão sendo bem criados, de saber que eu tenho uma família e muitos amigos que me encheram de mimos e paparicos! E que me amam!

E de que tudo, absolutamente tudo, continua acontecendo na minha ausência.

E uma certa leveza.