quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Ariano...


A mulher e o reino

Oh! Romã do pomar, relva esmeralda
Olhos de ouro e azul, minha alazã
Ária em forma de sol, fruto de prata
Meu chão, meu anel , cor do amanhã

Oh! Meu sangue, meu sono e dor, coragem
Meu candeeiro aceso da miragem
Meu mito e meu poder, minha mulher

Dizem que tudo passa e o tempo duro
tudo esfarela
O sangue há de morrer

Mas quando a luz me diz que esse ouro puro se acaba pôr finar e corromper
Meu sangue ferve contra a vã razão
E há de pulsar o amor na escuridão


***
Acabo de voltar de uma aula-espetáculo com Ariano Suassuna.
Dele eu sou fã-tiete, sem pudor nenhum.
É um privilégio poder desfrutar da presença deste senhor septuagenário, por umas horinhas.
Vi, ouvi, ri de rolar, me emocionei às lágrimas, fui embalada pelo fantástico Grupo Gesta (RJ) e seu repertório armorial.
Ele foi professor de teatro de meu pai e, hoje, meu filho caçula tem verdadeira adoração pelo Auto da Compadecida (assitiu mais de 50 vezes, sabe os diálogos todos de Chicó e troca qualquer fita da Disney/Pixar por ele!). Levei o meu mais velho (que anda meio resistente a ler e usar a cabecinha! Adolescência, meu bem, ô fasezinha...) pra assitir e ele amou!
Ainda ganhei beijo, abraço e autógrafo pro filho caçula que vai virar quadrinho na parede!
Me guentem!
Amanhã eu falo mais de todas as coisas lindas que ele disse.
Vou dormir embalada pela magnífica música de câmara do sertão e as poéticas, bem humoradíssimas e sábias palavras de Ariano.