Minha teimosia já fez fama por levar adiante coisas que outro ser humano, um tantinho mais abalizado, não faria. Minha cabeça-durice me custa caro e dela derivam, entre outras coisas, o atropelo e a surdez para os sinais, mas também o sucesso de outras tantas. E não é sem dor que eu me percebo, vez por outra, insistindo em coisas que SE eu me PER-MI-TIS-SE mais reflexão e menos atitude... certamente desembocariam na desistência.
Ta, tá. A Roma vai gritar pr’eu parar de falar que é porque eu sou capricorniana...e ela tem razão. Pra além do céu que me rotulou como uma cabra - com chifres prontos a boas cabeçadas -, eu sou mais do que tudo o resultado das minhas escolhas por caminhos, pessoas, paisagens, ambientes, ritmo, rotas de pensamentos e maneiras de agir.
“Ah, se eu fosse sempre dada às reflexões profundas antes da ação...
Ah, se eu me deixasse levar menos pelos acontecimentos de fora...
Ah, se eu fosse menos rápida nas respostas que me saem prontas...
Ah, se eu fosse menos apegada às pessoas que eu insisto em achar que escolho...
Ah, se eu soubesse como se controla esse trânsito de coisas desordenadas que não deixam de acontecer...”
...Mas ainda não é isso. O encontro há. Tá aqui... perto...eu sinto!
O que não tem rolado é a tal da sincronia. E isso me incomoda tanto!
Vai ver que tudo é uma questão de entender que com ajuda divina, cósmica, astrológica, física, geográfica ou não, há que se ter mais dedicação. Ou não...vai ver que eu só tenho que aprender a deixar as coisas acontecerem, naturalmente, sem a estéril ilusão do controle.
E o que é mesmo o contrário de sincronia?
Falta de ritmo?
Ausência de coincidência?
O desencontro?
Sensibilidade nula para o outro?
O abismo da percepção mútua?
Uma lacuna entre acontecimentos e pessoas semelhantes?
...ou só uma angustiante pausa entre dois espíritos afins?
|