sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Bela Cantando com Tracy Chapman: "No words to say..."



Há tempos que as palavras me faltam.
Pra mim é ausência sentida em cada segundo do dia,
como se fosse abandono, negação, sêca.
Não me reconheço apenas em formas e cores.
Sombra e luz não me descrevem o todo.
Paisagens não dizem de mim mais do que um décimo.
Sinto falta das entrelinhas, das letras, dos sons.

Tenho andado muito só, pensado muito, falado menos e tido muito menos paciência pra ouvir os normais e constantes. Tenho registrado muito pouco do que se me diz e muito do que leio. Não em jornais e notícias diárias, mas em livros grossos, estranhos, doídos ou subitamente leves que me brotam sorrisos. Talvez pela opção do isolamento necessário de ler ou pela auto-suficiência besta de querer aprender só.

De lágrimas não tenho nada senão a lembrança do último soluço e do rosto encharcado, do nariz congestionado, vermelho... e da falta de ar...mas isso parece que tem tanto tempo!
No sorriso eu vejo o prisma, a luz do dia, o sol, o amor e o carinho quentes, reconfortantes, libertadores. E eu digo amém pelos amigos que me ensinam a cada dia o preço do abraço.

É, as minhas palavras estão de greve, férias, altas e eu permaneço aqui muda, amordaçada.
Mas tanto que tem sido difícil dizer obrigada.