Essa é a vista da parte de Moreré onde eu quarava ao sol e na salmoura, como bem disse a minha amada Roma. Na hora do sol mais cruel, eu me resguardava na sombra das amendoeiras, onde era muito bem tratava à base de água de côco e delícias regionais como lambretas, ostras, lulas, lagostas, camarões... uma vidinha bem 50%, como vocês podem perceber.
Depois daquela ponta de areia, andando mais um pouquinho, você cruzava um rio e estava em Boipeba, a parte mais movimentada da Ilha, lugar, aliás, pra onde somente fui na passagem de ida e volta. Nesta praia é possível andar um quilômetro, dentro do mar absolutamente azul, com a água pelo joelho, quando a maré está alta. Na baixa, dá na canela!
Em frente à essa praia, logo depois das piscinas naturais onde mergulhamos num mundo colorido, azul e silencioso, um maluco colocou um bar flutuante que é uma coisa de cinema.
Essa é a vila de Moreré. Ali vc encontra os nativos que escolheram esse pedaço de paraíso para viver da pesca. Entre uma parte e outra, você passa pelo inacreditável Zen, restaurante francês dos meus amigos Iann (um franco-português de alma e sotaque baianos), Olivier (um suiço-francês inacreditavelmente moreno e lindo!) e Pascoal ( um suiço-alemão que peca no português, mas esbanja simpatia).
Quando descobri esse lugar, num deck bem decoradísimo com mesas dispostas como se estivéssemos num navio, arranjos de vela com elementos da região e um cardápio maravilhoso, a trilha sonora era um acid jazz da mais alta qualidade!
Parecia mais um sonho no meio daquilo tudo e eu demorei mesmo a crer.
Isso tudo sem tecer maiores comentários sobre a Pousada do Colibri, do meu querido Jacques, um suiço-francês já completamente mesclado pela baianidade, onde fiquei num dos 5 chalés disponíveis, em meio a Mata Atlântica preservada. Ali eu acordava no alto de um monte, rodeada por bromélias, mangabeiras, coqueiros, amendoeiras, ingazeiros, samabaias e montes de beija-flores! Com a inacreditável vista da maré baixa em Moreré, às 6 da manhã, quando se avistam pontas de areia e recifes que resguardam a Ilha. Era recebida para um café da manhã, onde Jacques me fazia todas as vontades possíveis, me paparicava e me contava em francês a sua saga de 15 anos naquelas areias brancas. E onde o fundo musical nunca era menos do que Louis Armastrong.
Lá conheci Dani e Eliane (filha e mãe, respectivamente), Tatti e Frank(casados).
Elas, paulistanas. Eles, baianos.
Quatro pessoas pra conversar todo tipo de assunto e dar muita risada... na melhor das hipóteses, sobre a vida, na pior delas, sobre política.
Acho que agora fica fácil compreender o meu sofrimento por sair de lá.
Anfan, mes amis,
Tô aqui, de vorta
E é isso que importa!
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