O tempo passa e tudo aquilo que tinha sido um sonho era agora a sua realidade.
Não podia mais brincar, não tinha tempo. Quase não ria, tampouco se dava ao choro. A não ser uma lagriminha ou duas no final de um filme, numa poesia, na musica ou na dor alheia. Sempre isso: a dor alheia. Era só o que a comovia. Não sabia mais mergulhar, não sabia se havia fundo, não via o fundo. Só temia o escuro e desconhecido que habitavam nela.
Tinha uma ligação estranha e forte com “o de fora”. Gente, bicho, mato, água, luz. Tanto faz. Podia ser obra de Deus ou dos homens, se tivesse alguma beleza, era o suficiente para comovê-la. Bastava ser feio e sujo, lúgubre, bastava ser triste. Podia ser sublime, rico, belo, sutil ou forte...era isso: era a força que residia em cada coisa. Era a fibra de que eram feitas, as coisas e as pessoas. Era isso que a encantava e a fazia virar a cabeça, olhar mais uma vez, ruminar meia dúzia de pensamentos, sonhar à noite, sentir o coração bater e a respiração faltar.
E era sobretudo ele. Ele que a fazia crer que bem no fundo, o desconhecido não era tão assustador e podia mesmo ser, na verdade, iluminado e belo. Podia ser uma viagem de felizes descobertas. E foi por ele que ela tomou coragem e caiu, vertiginosamente. E descobriu a força, a beleza, a sublime verdade da sua alma...Até o seu escuro era claro e translúcido. Nela não havia recanto que não fosse solar, por mais soturno, ainda assim, era um reflexo da luz do sol na noite escura. Pra ela não havia eclipse ou lua nova.
Ela foi a Lua Cheia, o Sol de Meio-Dia, o Crepúsculo, o Amanhecer, uma Lua Minguante e outra Crescente. Ela chorou de saudade, de tristeza, de dor, de ansiedade. Gargalhou da mais genuína felicidade, das mais inúteis bobagens. E soube, desde então, que depois dele, ela finalmente tinha conhecido a alegria e a tristeza, a vida e a morte, a sorte e o azar, o sutil, o leve, o descarado, o tenebroso. Tinha descoberto Ela.
Então, mesmo que mais tempo passe e ela nunca mais seja dele. Mesmo que aqueles dois pares de olhos negros jamais voltem a se ver como antes - deslumbrados, assustados, acolhidos e re-conhecidos -, a parte mais funda da alma dela vai sempre ecoar o som da voz dele, vai refletir fragmentos dele. E Ela nunca mais vai voltar a ser ela só.
***
Agora, se vc quer ouvir uma coisa que não vai te deixar sentado, com essa vontade de fazer nada...se vc quer um som que te bote pra cima...
Ouça Birdland, de Miles Davis, e eu quero ver o seu mau humor e essa emburração toda continuar ai!
Comece o dia com ele. Se arrume pra sair com ele. Tome banho ouvindo ele...
Não tem erro, pode confiar!
Se quer uma continuação: Angel, com Norah Jones, do álbum Nip Tuc.
E vá pra rua ou pra cama do jeito certo!
Se vc num tem, me mande um email que eu mando pra vc.
Pelo simples prazer de ver um sorriso estapamdo, um quadril balançante e um olho que brilha na sua cara!
Só me deseje bons sonhos...que eu tenho precisado.
Não podia mais brincar, não tinha tempo. Quase não ria, tampouco se dava ao choro. A não ser uma lagriminha ou duas no final de um filme, numa poesia, na musica ou na dor alheia. Sempre isso: a dor alheia. Era só o que a comovia. Não sabia mais mergulhar, não sabia se havia fundo, não via o fundo. Só temia o escuro e desconhecido que habitavam nela.
Tinha uma ligação estranha e forte com “o de fora”. Gente, bicho, mato, água, luz. Tanto faz. Podia ser obra de Deus ou dos homens, se tivesse alguma beleza, era o suficiente para comovê-la. Bastava ser feio e sujo, lúgubre, bastava ser triste. Podia ser sublime, rico, belo, sutil ou forte...era isso: era a força que residia em cada coisa. Era a fibra de que eram feitas, as coisas e as pessoas. Era isso que a encantava e a fazia virar a cabeça, olhar mais uma vez, ruminar meia dúzia de pensamentos, sonhar à noite, sentir o coração bater e a respiração faltar.
E era sobretudo ele. Ele que a fazia crer que bem no fundo, o desconhecido não era tão assustador e podia mesmo ser, na verdade, iluminado e belo. Podia ser uma viagem de felizes descobertas. E foi por ele que ela tomou coragem e caiu, vertiginosamente. E descobriu a força, a beleza, a sublime verdade da sua alma...Até o seu escuro era claro e translúcido. Nela não havia recanto que não fosse solar, por mais soturno, ainda assim, era um reflexo da luz do sol na noite escura. Pra ela não havia eclipse ou lua nova.
Ela foi a Lua Cheia, o Sol de Meio-Dia, o Crepúsculo, o Amanhecer, uma Lua Minguante e outra Crescente. Ela chorou de saudade, de tristeza, de dor, de ansiedade. Gargalhou da mais genuína felicidade, das mais inúteis bobagens. E soube, desde então, que depois dele, ela finalmente tinha conhecido a alegria e a tristeza, a vida e a morte, a sorte e o azar, o sutil, o leve, o descarado, o tenebroso. Tinha descoberto Ela.
Então, mesmo que mais tempo passe e ela nunca mais seja dele. Mesmo que aqueles dois pares de olhos negros jamais voltem a se ver como antes - deslumbrados, assustados, acolhidos e re-conhecidos -, a parte mais funda da alma dela vai sempre ecoar o som da voz dele, vai refletir fragmentos dele. E Ela nunca mais vai voltar a ser ela só.
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Agora, se vc quer ouvir uma coisa que não vai te deixar sentado, com essa vontade de fazer nada...se vc quer um som que te bote pra cima...
Ouça Birdland, de Miles Davis, e eu quero ver o seu mau humor e essa emburração toda continuar ai!
Comece o dia com ele. Se arrume pra sair com ele. Tome banho ouvindo ele...
Não tem erro, pode confiar!
Se quer uma continuação: Angel, com Norah Jones, do álbum Nip Tuc.
E vá pra rua ou pra cama do jeito certo!
Se vc num tem, me mande um email que eu mando pra vc.
Pelo simples prazer de ver um sorriso estapamdo, um quadril balançante e um olho que brilha na sua cara!
Só me deseje bons sonhos...que eu tenho precisado.
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