Coisa engraçada a tal da aproximação, né mesmo?
Dia desses, um sujeito até bem apessoado, dono de um tipo até interessante, mas normal demais, se vira pra mim e me surpreende: “- O que você é?”.
Antes do “olá, como vai, eu sou o fulano e vc, quem é”, sabe?
Eu, rápida no gatilho, mas sem filtro: – Limítrofe.
A cara da criatura se iluminou num sorriso: - Nunca tinha ouvido essa resposta.
Eu – Então, essa é a sua pergunta-approach?
Criatura – Não, não...quer dizer, eu fiquei curioso e não queria chegar de um jeito normal. É isso.
Eu – aahn, sei ( e já perdi 70% do interesse pela conversa)
Criatura – Mas explica essa coisa que vc disse?!
Eu – Explicar o quê? ( já querendo sair correndo)
Criatura – O que vc quis dizer com limítrofe?
Eu – (caindo do muro e concluindo que ele é um mala) Oras, que eu sou mesmo. Entre a histeria e o tédio, entre a gargalhada e o choro, entre os pobres e os ricos, entre o surto e a monotonia.
Era isso que vc queria saber?
Criatura – (Com um sorriso amarelo de interrogação)...nossa, mas tem muita coisa entre essas coisas todas que você disse.
Eu - (levantando pra ir embora) Pois é...quem te disse que a gente é pouca coisa?
Muito prazer. Adeus.
E tenho certeza que o sujeito ficou achando que conversou, por uns minutos, com uma doida!
Haahaahahahaha
Adoro isso!
Nada como abusar da normalidade alheia.
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Noite fria na capital.
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Noite fria na capital.
Amigas me levam pela mão e lá vou eu comer massa e tomar um vinhozinho,
com todo o carinho e a atenção que o Uver nos oferece sempre, sempre.
Pizzas maravilhosas, vinho idem, amigas animadas botando a conversa em dia,
Sassa de “bendito é o fruto”... e voltei pra casa com aquele soninho característico de quem está satisfeita, confortável e inacreditavelmente cansada.
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Eu sou teimosa.
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Eu sou teimosa.
Quer dizer, isso é óbvio demais.
Sou insistente.
Sou uma besta, na verdade.
Uma mula, melhor dizendo.
Daquelas empacadas, na subida.
Sabe come?
Ontem perguntei pra uma amiga,
Ontem perguntei pra uma amiga,
expert em oligo-elementos e terapias holísticas,
se não há um tratamento pra essas coisas subjetivas, esses empacamentos
... e ela só riu.
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