sexta-feira, 14 de julho de 2006

Eita mundão velho sem porteira!

1. Então, vocês vejam bem. Nada de ácido glicólico e azeláico, nem isotretinoína, nem hidroquinona, nem filtro solar. Eu só preciso ficar rica, não ter que trabalhar para ficar assim, bela, lisa e sorridente. Botox é coisa de artista pobre.Modos que, se eu ficasse pelo menos uns três meses de férias, acho que até mais alta eu ficaria.

2. Quando me perguntam se escrevo, respondo que sim, mas dificilmente cito o blog. Isso me impediria de criar, pois a coerência que nos cobram fora das letras, é de uma crueldade impressionante. Eu teria pudores em ser medíocre, em resvalar nesse erotismo que nem sempre me cerca. Paradoxalmente, escrevendo é onde menos se mente, ainda que o que chamem de verdade seja a mais corriqueira das mentiras.


3. Depois a gente vai fazer terapia pq acha que a vida está estagnada, que a vida não anda, que a culpa é nossa, mas porra, copa do mundo com os mesmos jogadores de 4/8 anos atras, eleição com os mesmo candidatos de 4/8 anos atrás, novela com os mesmo atores e nomes de 4/8 anos atras, os caras que clamam pelo meu corpinho parecem os mesmos de 4 anos atrás (aliás parecem os mesmos sempre), pago as mesmas contas como há 4 anos, a única coisa que muda e não pra melhor é meu corpitcho e a cor dos meus cabelos, tudo ladeira abaixo e branco acima, e depois a gente quer que freud e jung resolva a parada...

4. Eu choro porque a dor não me deixa respirar e mesmo assim eu respiro fundo e solto o ar em oito tempos, como nos exercícios da aula de canto.Meu choro é porque sinto pena de mim. É porque sinto orgulho de mim.Eu choro enquanto penso que, mesmo não sabendo para onde ir, tenho cada passo programado.Eu choro, de quando em vez, porque me comovo e porque não sinto nada. Porque não há nada a fazer. Porque todas as atitudes precisam ser tomadas.Porque sou impotente, porque tudo posso.

5. Freqüento meus medos de tempos em tempos. Peço licença, me benzo e abro a porta. Sinto o cheiro, a textura. Escuto seus sons. Ruídos me assaltam! São as batidas do meu coração. Quanto mais perto, mais deserto. Fracassos, tabaco, paixões platônicas, rejeições, traições, inveja, mentiras, nãos. Eles não têm forma. Apenas existem. São como sementes esquecidas em terrenos áridos.Meus medos ardem como pimenta que escorre por descuido pelas narinas.



Eita mulerada boa da moléstia!!!!!


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Levei muito a sério a conversa do filho sobre anatomia e possíveis explosões. Tão a sério que ele não se cansa de falar, com quem quer que apareça, sobre os mais diversos órguinos do corpo humano... e AI de quem tentar corrigí-lo!
O último que ele descobriu se chama Intúpino e "é uma membrana fina que vibra como a pele de um tambor" ( segundo o mais velho).
Ele tá há meia hota no espelho procurando o tamborzinho Intúpino dele.
O mais velho já urrou o nome certo, mas ele não se emenda. Diz que se é dele o nome é esse.
***
Não consegui responder o que você me escreveu lindamente de manhã e fez meu dia muito melhor do que os últimos 120 passados.
Não consegui explicar. Não consegui meios pra dizer. Não consegui traduzir o que eu sinto.
Tive medo, tive uma crise básica de ansiedade. Fiquei muito contente, quase pulei quando li...mas não consegui responder.
Também não tô querendo fazer nada que não seja genuíno e espontâneo porque você não merece.
Devo dizer que se quiser e puder ter um tanto mais (porque já passou da medida do pouco) de paciência...eu termino me entendendo e te explicando.
Por agora tá difícil, tá complicado, tá doído e eu não tô querendo mesmo mexer muito, pesquisar, levantar assuntos, predizer ou programar.
Tô esperando decantar pra poder nadar completamente nua no fundo de novo.