Algumas pessoas podem falar alto em público, esbravejar, fazer um mini-comício, ter arranca rabo, lavar a roupa suja...anfan, produzir o famoso babado forte, pagar o maior micão.
Eu, hoje?
De forma nenhuma. Tenho pavor, medo-pânico, corro léguas!
Acho até que, na minha pré-história, pode ter acontecido (vamos dizer adolescência, no mínimo?!).
Bão, seu Janjão, ia eu tranqüila e calma pela rua, aqui do ladinho da minha casa, à paisana, até a farmácia. Entrei, achei, paguei. Sorridente e simpatiquinha, as usual, com os atendentes tão solícitos. Sai.
No que eu boto o meu pezinho de volta à rua, ouço um berro tonitruante: BEEELLAAA! Vindo de um carro de som na rua, anunciando um candidato.
Eram 2h da tarde, de HOJE, segunda-feira, ou seja, só os donos dos estabelecimentos estavam por ali, mais meia dúzia de gatos pingados que flanavam.
Eu olhei, sem acreditar que alguém das minhas relações fosse capaz de tamanho arroubo, mas vai saber, né mesmo?
E, tendo chamado meu nome, eu não tinha como não me virar, concorda?
Virei. Olhei em torno e não reconheci nin-guém...
Eis que um gajo se apresenta: - Como vai? Há quanto tempo, hein?
E eu com a maior cara de interrogação: - Tudo bom!? Mas, de onde mesmo....
Gajo: - Nossa, eu me lembro dos seus irmãos, dos seus pais, dos seus primos. Por onde vocês andam que a gente não se vê mais? E a sua avó? Menina, tem tempo demais mesmo, né?
Eu: - Deve ter mesmo...(risinho amarelo) Me perdoe...mas eu não...
...No que eu me dou conta que ele é o sujeito candidato e fecho a maior carona!
Gajo candidato: - E você? Já escolheu seu candidato?
Eu: - Olha, eu vou terminar escolhendo por eliminação...os que não me incomodaram, não sujaram a cidade, não tem histórico político...
Gajo candidato: - Você ta querendo dizer que eu tô INCOMODANDO? (Alterando a voz)
Eu: - É... Tô com pressa. Com licença, sim?
Gajo: - Mas isso fere a MINHA liberdade de ir e vir, e, afinal, eu conheço você desde criança... não posso falar com vc na rua porque sou CANDIDATO?
Eu: (“meio de lado, já saindo, indo embora”) - Tire a camiseta, desligue o carro de som, deixe de lado os panfletos, fale baixo e poderá me cumprimentar em qualquer lugar, desde que me aborde sem auto-falantes.
Gajo: ISSO É O FIM DOS TEMPOS! EU NÃO ACREDITO...(virando-se para a pequena aglomeração que se formava, tomando ares de tribuno...)
Eu?
Já tinha SUMIDO antes de ouvir as próximas três palavras do indivíduo. Mas com a enooorme vontade de mandar o cara...bão, cê compreendeu!
Francamente...
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Como ser deslegante e perder votos numa mesma tarde
Postado por Bela às 10:32 PM
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