Amanhã já é maio...
Maio é um mês com significados lindos...pra mim pelo menos.
Céu de maio, vento de maio...e, dia 10, eu comemoro 10 anos de namoro com meu marido!
Esse texto eu tinha lido há algum tempo e reencontrei hoje, no blog do Pedro Paulo Rangel, por causa de uma dica cultural das Duas Fridas.
Uia bem a volta que as coisas dão quando têm que cair no meu colo...
segunda-feira, 30 de abril de 2007
CANÇÃO DA PLENITUDE
Postado por Bela às 9:37 PM |
Um farto sumiço
Peço desculpas pelo sumiço.
A meu favor só posso dizer que tive bons motivos pra me concentrar em outras coisas e deixar o blog um pouco de lado, embora isso não me dê nenhuma tranquilidade. Na verdade a gente sabe que é exatamente nesse mondo blog que as coisas se aproximam mesmo do ideal.
Bão, vamos aos fatos.
No sábado passado, dia 21 de abril, meus avós, Lúcia e Henrique, respectivamente com 79 e 83 anos, caíram no golpe do seqüestro por telefone. Foram nove horas de terror, mas o resultado final é que importa. E os dois estão inteirinhos e vivos. Oquei.
Segunda-feira, 23, meu filho mais velho, Victor, com 13 anos, voltava da escola ao meio-dia e foi assaltado por quatro moleques de rua armados de estilete e faca. Chegou em casa inteiro, mas abaladíssimo.
Ai parece que uma onda de violência resolveu sacudir a família e, na sexta-feira, 27 de abril, Victor voltou a ser ameaçado e perseguido por outros dois moleques até a porta de casa.
Eu me abstive até agora porque na hora do vamos ver a gente tende ao extremo e eu não quero compactuar com esses caras defensores de penas capitais e redução de maioridade penal. Porque o meu filho e os meus avós foram vítimas de uma violência brutal e invasiva, sórdida, que não escolhe raça, cor, credo ou idade...Simplesmente acontece.
Eu me afastei daqui porque não quis contaminar ninguém com esse pessimismo que me abateu – e quem me conhece sabe como são raros na minha vida tanto o abatimento quanto o pessimismo - e porque eu tive a pior das consciências. Porque eu senti profundamente a culpa de tudo estar como está, de ter chegado até esse ponto. E de eu ter feito, a mim e à minha família, o grande mal de não ter visto antes, ou melhor não ter ouvido mais cedo, quando o Betinho já dizia, que não há diferença entre o menino na rua e o que está dentro da minha casa. Pois não há.
E é um descuido caro. E eu me sinto tão responsável pelo assaltante quanto pelo assaltado, com a única diferença de ter construído para os que foram vítimas um ambiente de suporte, amor e cuidado. E ter preterido todos os outros.
Meu filho, meus avós e meus amigos que me desculpem se pareço radical e talvez um tanto culpada, ainda mais se numa hora como essas eu teimo em igualar nós todos. É que pra mim a única diferença foi a sorte que nós tivemos e a que eles jamais terão.
***
Bora pras boas novas?
Voltei pra produção! É isso! Pronto! Falei!
Afastada desde que sai da DMV, há 12 anos, tomei coragem e resolvi produzir um monólogo. O texto é de Andréa Alfaia e o ator é o Arthur Tadeu Curado. Duas figuras queridíssimas que tão ai fazendo arte na raça. Competentes, talentosos e nos quais eu boto fé.com.br.
A peça se chama “Canção pra se dançar sem par” e estréia no dia 17 de maio (aniversário de amado marido), às 21h, com coquetel pra convidados e zuzu mais, no Espaço Cena Contemporânea.
Me desejem muita merda, por favor.
Postado por Bela às 4:58 PM |
terça-feira, 17 de abril de 2007
ELAS DIZEM NÃO
Meu pai, encantado com a histária de amor de meu filho caçula, Caio, resolveu me presentear com isso.
Vê se eu posso com esses dois...
Meu neto Caio, 5 anos, está fascinado pela Ingrid, uma moreninha trigueira, fita vermelha no rabo-de-cavalo, sua colega no Jardim da Infância. "Ela é a mais bonita da escola. E a mais interessante, também, meu avô" - disse-me ele num tom em que eu pressinti algo como "não é pro meu bico". Sem querer levar adiante uma precocidade já existente, cheguei devagar ao terreiro, interessado apenas em levantar o astral dele. "Vocês brincam de que no recreio?". A resposta veio carregada de uma evidente desilusão: "Ela não brinca com os homens, só com as mulheres".
O motivo dessa gravíssima discriminação de gênero, segundo a própria musa, foi um colega que sentava atrás dela no ano passado, e ficava o tempo inteiro cutucando a nuca da bela ou puxando-lhe os cachos cor de mel. E Caio concluiu: "Ela agora acha que todos os homens só servem pra chatear, igual àquele pentelho".
Eu então garanti que o caso estava resolvido, mole, mole. Bastava demonstrar a Ingrid que ele era diferente, feito de outro barro, queria se divertir junto com ela, e não contra ela. Aí percebi na resposta que o meu neto já começa a pagar o tributo que nos é cobrado por afastar os véus do universo feminino. "Só que eu tenho vergonha, vô", disse ele em confissão, com os olhos baixos. "Vergonha de que, meu filho?" - reagi, para animá-lo - "Ela vai adorar lhe conhecer, brincar com você, conversar com um cara inteligente, alegre, bonito, legal pacas, como você é".
Ele finalizou forte, certeiro e no canto, sem defesa pro goleiro: "Já tentei uma vez... Fui lá no parquinho e pedi: por favor, Ingrid, posso brincar com você? E ela disse: não, homem não brinca com a gente". Ferido pela primeira rejeição, Caio deu o tiro de misericórdia em meu otimismo inútil: "Esse, meu avô, é o grande problema das mulheres".
sábado, 14 de abril de 2007
Sol & Geléia da Fatinha
O dia começou azul assim! Azul de doer!
Fui a pé até a feirinha de orgânicos perto de casa, enquanto deixava os meus filhotes dormirem até mais tarde um pouquinho.
A inspiração do dia quente e luminoso me pegou e eu fui pra cozinha preparar um café da manhã.
Frutas, suqinho, café e leite, pãezinhos, ovos quentes, peito de peru, queijinho branco...tava faltando alguma coisa...
Huumm...
Minha amiga Fátima (não me canso de agradecer, querida! Merciiii!) me mandou, lá de Juiz de Fora, umas geléias especialíssimas...então que tal umas panquequinhas pra companhar as geléinhas?
E assim foi.
Tô aqui recuperando o fôlego... olha o dia que me espera lá fora:
Lenine
(Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis)
Tienen miedo del amor y no saber amar
Postado por Bela às 12:22 PM |
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Proezas de Antônia
Eu chego em casa bem tarde porque trabalho à noite. Lá pela meia-noite, sabe?
Ai, a moça (vou falar baixo, pq vcs sabem, não dá pra ficar elogiando muito...Elas terminam indo embora, pedindo aumento, ficando péssimas...sei lá porquê) que me ajuda na casa se chama Antônia e é um doce de criatura. Ontem, eu mal entrei, ela levantou sonada, foi até a sala e disse:
Dona Bela, tem uma amiga sua que ligou hoje dizendo que ta fora do Brasil, mas vai tentar ligar de novo daqui a uns dias, porque hoje ela tava indo ver o Mati Pit*.
- O quê, Antônia?
- É isso mesmo. Eu perguntei mais de uma vez quem era essa pessoa e ela disse que a senhora sabia. E eu até anotei aqui no papel, pra não me esquecer, porque esses nome de gente estrangeira a gente não guarda, num sabe? Taqui, ó: Mati Piti*.
- Hein?
- É, ela disse que era irmão de um famoso desses de filme, mas que esse ai mora é no Peru.
E eu chooorando de rir: - Deve ser o irmão do Brad Pit...que mora no Peru.
(Corta pra marido rolando engasgado pela sala)
*(eu sei que explicar piada é úó... mas tem os desatentos... é Machu Picchu)
terça-feira, 10 de abril de 2007
Pra Aninha
Aninha-querida,
tentei mandar por email, mas voltou todas as vezes.
Taí a musiquinha que eu tinha te falado.
Diliçaaaa!
back in town
Oi, zamores!
Voltei nooovinha em folha e aceleradinha da silva.
O feriado foi maravilhoso, com os amigos mais queridos pertinho, os filhos e marido a tiracolo...Ou seja, um must!
Amigo que tinha se acidentado gravemente já voltou inteirinho pro nosso convívio, o que foi um grande motivo de emoção e comemoração.
Isso sem contar a receita de Ossobuco que eu fiz lá pra gente...huuuummm.
Depois eu mostro a receita.
Ah, eu tava do ladinho dessa cachoeira ai, ó: Chama-se Loquinhas. Na verdade é um conjunto de 7 quedas e seus pocinhos fantásticos.
Bão, né?
No meio do mar de violência e terror que tem recheado os nossos telejornais e o cotidiano, hoje duas matérias em especial chamaram a minha atenção. Bom sinal de que acostumada e insensível eu ainda não fiquei.
Três ‘di menor’ aqui da capitarrr federarrr foram presos porque estavam juntos na idealização e futura operação de morte de um quarto ‘di menor’. Todos os três de classe média alta apareceram em fotos usando cocaína e posando com armas... Filhinhos de papai no centro do poder. Tal e qual a quadrilha desmontada no ano passado, que só aqui tinha sete rapazes atuantes no tráfico internacional. Dos quais, cinco estudaram comigo, no melhor colégio DE FREIRAS da cidade, lá nos idos de 1980, cujos pais podiam bancar qualquer sonho desses meninos. Do básico, advocacia, engenharia, medicina, até artes plásticas, gastronomia, escultura, vidros da Bohemia, astronomia na NASA e demais centros avançados de formação e carreira. Mas eles foram lá e escolheram deliberadamente ser bandidos.
Agora uma pesquisa do DataFolha anda mostrando que mais da metade dos brasileiros é a favor da pena de morte para crimes hediondos. Isso mesmo, colega, 55% de nós defendem e aceitam a cadeira elétrica ou a injeção letal. Começando do começo, eles andam jurando por Deus que haverá processos precisos, eficientes e justos por essas bandas de cá, assim, amanhã.
Eu fico pensando nesse povo que gosta de ver a pimenta queimando o alheio. Fico imaginando o dia em que o tal filhinho de classe média remediadinha, aquele que custou o zói da cara pra educar, fora o capital de afeto e atenção, for acusado, julgado e condenado, justa ou injustamente.
Eu não acredito nessas posturas. Não consigo matar nem vespa, que porventura tenha mordido o meu filho, embora instintivamente eu possa até ter o rompante.
Agora, uma sociedade que usa esse artifício, essa ferramenta legal pra condenar um sujeito, está mais perto da barbárie do que o aceitável ou não está?
O povo fica querendo seguir o modelinho do seo Buxi, naquele país que, na minha fraca idéia, guarda a maior concentração de serial killers por metro cúbico?
Cadê aquela linha de onde ninguém - nem os homens da lei - deve passar?
SOLIDARIEDADE
Sou ligado pela herança do espírito e do sangue
Ao mártir, ao assassino, ao anarquista,
Sou ligado
Aos casais na terra e no ar,
Ao vendeiro da esquina,
Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida,
Ao mecânico, ao poeta, ao soldado
Ao santo e ao demônio,
Construídos à minha imagem e semelhança.
Do livro: "Tempos da literatura brasileira", Ed. Ática, SP, 1985
Postado por Bela às 2:21 PM |
quarta-feira, 4 de abril de 2007
Soneto
Postado por Bela às 11:24 PM |
segunda-feira, 2 de abril de 2007
BEING BORING
Pronto!
***
Dia chato, chato, chato, chato, chato, chato....
***
Ai, cara, será que isso pega?
‘Cause we were never being boring,we had too much time to find for ourselves.And we were never being boring,we dressed up and fought, then thought “make amends.”And we were never holding back, or worried thattime would come to an end.When I went, I left from the stationwith a haversack and some trepidation.Someone said “If you’re not careful,you’ll have nothing left and nothing to care forin the nineteen-seventies.”But I sat back, and looking forward,my shoes were high, and I had scored.I’d bolted through a closing door,and I would never find myself feeling bored.
‘Cause we were never being boring,we had too much time to find for ourselves.And we were never being boring,we dressed up and fought, then thought “make amends.”And we were never holding back, or worried thattime would come to an end.We were always hoping that, looking backyou could always rely on a friend.Now I sit with different facesin rented rooms and foreign places.All the people I was kissing,some are here and some are missingin the nineteen-nineties.I never dreamt that I would get to bethe creature that I always meant to be.But I thought, in spite of dreams,you’d be sitting somewhere here with me.
‘Cause we were never being boring,we had too much time to find for ourselves.And we were never being boring,we dressed up and fought, then thought “make amends.”And we were never holding back, or worried thattime would come to an end.We were always hoping that, looking backyou could always rely on a friend.‘Cause we were never being boring,we had too much time to find for ourselves.And we were never being boring,we dressed up and fought, then thought “make amends.”And we were never being boring,we were never being bored,‘cause we were never being boring,we were never being bored."
Postado por Bela às 11:41 PM |
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